A CPI dos Bingos pode aprovar nesta terça-feira a realização de uma acareação entre o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e os irmãos do prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002. João Francisco e Bruno Daniel disseram ter ouvido de Gilberto em três oportunidades a confissão de um esquema de caixa dois do PT na cidade paulista. Em depoimento à CPI, Gilberto confirmou os encontros mas negou que tenha revelado qualquer atividade irregular.
O pedido de convocação será feito pelo PFL e foi decidido pelo partido após o depoimento secreto do doleiro Toninho da Barcelona, na semana passada. Ele revelou que recebia dinheiro trocado, vindo de empresas de ônibus de Santo André, e remetia para uma conta em Nova York, no Merchant Bank.
Nesta quarta-feira, a CPI dos Bingos ouve o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). No apartamento do deputado teria acontecido um encontro entre os irmãos de Celso Daniel e Gilberto Carvalho. Greenhalgh se ofereceu e vai depor como convidado.
Nesta terça, a CPI ouve mais dois depoimentos. O primeiro é Luciano Maglia, ex-gerente financeiro da Vilimpress, gráfica investigada por participar de um suposto esquema de financiamento ilegal de campanha, em 2002, em Ribeirão Preto. Em seguida, será ouvido o atual diretor-superintendente do Serpro, Donizete de Carvalho Rosa, que é citado nas conversas gravadas do advogado Rogério Buratti, acusado de traficar influência no Ministério da Fazenda.
Na CPI dos Correios, a sucessão na Câmara poderá atrapalhar o cronograma de trabalho esta semana. O relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu que o novo depoimento de Maurício Marinho, ex-chefe de divisão dos Correios que foi flagrado recebendo propina em nome do PTB, poderá ser adiado, tendo em vista que está marcado para quarta-feira, no mesmo dia da eleição para a presidência da Câmara.
A CPI dos Correios pretende ouvir nesta terça em subcomissões os representantes do Grupo Beta; Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério; e o ex-procurador da Fazenda no Rio de Janeiro Glênio Guedes, que recebeu quase R$ 1 milhão do chamado valerioduto. A CPI, contudo, ainda não conseguiu intimar Guedes, que estaria de licença médica.
Na CPI do Mensalão também deverá ser adiado o depoimento desta terça do presidente do Citibank, Gustavo Marin, e o procurador legal do Citigroup, Sérgio Spinelli Silva Júnior. Marin enviou nesta segunda à comissão uma carta informando que não poderá comparecer por estar fora do país.
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