Na primeira semana de trabalho na Câmara dos Deputados, 83 parlamentares da base governista assinaram pedidos de criação de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) incômodas ao Palácio do Planalto.
Os aliados ajudaram a oposição a apresentar pedidos de investigação da Petrobras: e do setor elétrico. As traições partiram de deputados do PMDB, PDT, PSD, PR, PP, PTB, Pros e PRB, siglas que estão representadas no primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff.
A base governista, que rachou para a eleição do novo comando da Casa, tem cerca de 300 dos 513 deputados.
Entre os governistas, 22 apoiaram a criação das duas CPIs. Ao todo, a CPI da Petrobras, que já foi criada e começará a trabalhar depois do Carnaval, teve o apoio de 182 parlamentares, sendo 52 governistas PDT (14), PSD (12), PMDB (10), PR (7), PP (5), PRB (2), PTB (1) e Pros (1).
A CPI para analisar a "desestruturação do setor elétrico a partir de 2004" teve aval de 172 parlamentares, entre eles 53 governistas do PMDB (11), PSD (10), PP, PR (8), PRB (6), PDT (7), Pros (1) e PTB (1).
O funcionamento dessa comissão ainda depende de avaliação dos técnicos para saber se há fato determinado que justifique investigação, mas a palavra final será do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O setor elétrico tem sido comandado nos últimos anos pelo PMDB, partido de Cunha. A oposição, no entanto, tem como foco constranger a presidente Dilma Rousseff que comandou a pasta no início do governo Lula, antes de chegar à Casa Civil e de disputar a Presidência.
Essa CPI depende ainda da avaliação de outros pedidos que foram apresentados anteriormente.
Mais pedidos
Em quatro dias de atividades, a Câmara recebeu oito pedidos de instalação de CPIs. Pelas regras da Casa, só podem funcionar ao mesmo tempo cinco comissões. Elas são instaladas por ordem de protocolo, se tiverem as assinaturas necessárias e "objeto de investigação" definido.
A Petrobras foi a única que teve decisão até o momento. O PT protocolou pedidos de CPI para apurar as causas da violência no Brasil e propor medidas para sua redução, outra para analisar violência contra jovens negros e pobres no Brasil, além de investigação do sistema carcerário brasileiro.
O PMDB requereu uma comissão para investigar a máfia das órteses e próteses no Brasil. O PP quer analisar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo nas urnas. O PSOL quer investigar denúncias de irregularidades nos serviços de planos de saúde prestados por empresas e instituições privadas.
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