José Jorge é responsável no TCU pelo caso Pasadena, que levou Dilma para o centro das polêmica da Petrobras| Foto: Sérgio Lima/Folhapress

US$ 2,3 bilhões teria sido o prejuízo da Petrobras por causa da troca de ativos com a petroleira hispano-argentina Repsol-YPF em 2001, quando o conselho de administração da estatal brasileira era presidido por José Jorge.

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Com aval do Planalto, parlamentares da base aliada decidiram investigar nas duas CPIs da Petrobras em funcionamento no Congresso uma bilionária operação de troca de ativos feita pela estatal brasileira com a petroleira hispano-argentina Repsol-YPF durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Desde 2001, a negociação é questionada na Justiça. Entre os réus está o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge – ex-ministro das Minas e Energia na gestão FHC. No TCU, Jorge é atualmente o relator do processo da polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A apuração da compra de Pasadena, que causou prejuízo milionário à estatal, trouxe a presidente Dilma Rousseff para o centro da polêmica que envolve suspeitas de irregularidades na Petrobras. Nos bastidores, a investigação contra Jorge é vista como uma "retaliação" governista.

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A CPI do Senado já recebeu cópias de nove processos envolvendo o caso Repsol-YPF que correm no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No principal deles, o ministro do TCU, outras 18 pessoas e quatro empresas, inclusive Petrobras e a Repsol-YPF, são acusados de terem causado prejuízo de US$ 2,3 bilhões à estatal brasileira. Na época da operação, José Jorge integrava o ministério de FHC e era presidente do conselho de administração da Petrobras – Dilma também presidia o conselho quando houve a compra de Pasadena, em 2006.

O negócio foi aprovado pelo conselho de administração. Mas um grupo de seis petroleiros questionou a transação na Justiça 13 anos atrás. Em maio de 2005, José Jorge e os demais réus foram absolvidos em 1.ª instância na principal ação. Os denunciantes recorreram e o caso foi para o STJ. Procurado pela reportagem, José Jorge disse que que não acredita que seja alvo de retaliação. A Petrobras não respondeu aos questionamentos. No processo, tanto Jorge como a estatal defendem a legalidade da operação. Já o relator da CPI da Petrobras do Senado, José Pimentel (PT-CE), nega que apuração do caso seja uma vingança contra José Jorge por causa de Pasadena.