Num movimento que praticamente fecha as portas para a criação de CPIs para investigar as denúncias de corrupção na Petrobras e o suposto cartel formado para licitações de trens e metrô em São Paulo, o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu ontem instalar duas comissões parlamentares de inquérito que estavam na fila há mais de um ano. Ele ainda deve autorizar uma terceira até quinta-feira, o que faria com que a Câmara atingisse o limite máximo de cinco CPIs funcionando simultâneamente, o que inviabilizaria as duas investigações.
A possibilidade de uma investigação contra a Petrobras na Câmara foi proposta pelo PSDB após reportagem revista Época ter trazido a acusação de que o PMDB mineiro e a campanha presidencial de Dilma Rousseff teriam recebido dinheiro de propina de contratos firmados pela diretoria internacional da estatal. Já o PT havia anunciado a pretensão de colher assinaturas para criar uma CPI e investigar o suposto cartel que teria agido durante os governos do PSDB em São Paulo.
As CPIs autorizadas ontem por Alves estavam na fila desde 2012. A primeira delas, a CPI do Ecad (Escritório Central de Arrecadação), será uma repetição de uma comissão já finalizada no Senado. A outra será destinada a investigar o trabalho infantil. Uma terceira que pode ser instalada é relativa a fraudes nos pagamentos de precatórios.
Com o esgotamento do número de CPIs possíveis de serem instaladas, há, conforme a análise de técnicos da Câmara, duas alternativas técnicas para viabilizar, num prazo mais curto, a instalação das CPIs da Petrobras e do Cartel: Henrique Eduardo Alves entender que não há fato determinado para nenhuma das 10 CPIs que estão na fila de espera; ou a apresentação de um novo requerimento, mas em forma de projeto de resolução, o que poderia furar a fila e ser uma exceção à regra do máximo de cinco CPIs. Para essa segunda alternativa seriam necessárias 171 assinaturas.
Fora do foco
A decisão de Alves esfria um pouco o clima de guerra entre petistas e tucanos sobre as recentes denúncias envolvendo integrantes do PT e do PSDB. Além disso, tira o PMDB do foco de uma das investigações. Ontem, o presidente do PMDB, Valdir Raupp, disse que a "guerra" política pré-eleitoral provocou o vazamento de denúncia contra seu partido.
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