A semana é de agenda cheia nas CPIs. Dois depoimentos serão tomados em sessões conjuntas. Na terça-feira, três comissões (dos Correios, do Mensalão e dos Bingos) juntas ouvem o doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona. Na quarta, o empresário Daniel Dantas depõe em duas comissões: a dos Correios e a do Mensalão.

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O doleiro Toninho da Barcelona cumpre pena de 25 anos na penitenciária de Avaré, em São Paulo, por evasão de divisas, entre outros crimes. Sem apresentar provas, o doleiro tem relatado um suposto esquema de remessa ilegal de recursos para o exterior pelo PT.

Em agosto, parlamentares da CPI dos Correios ouviram o doleiro na prisão, e ele envolveu pessoas do governo em seu depoimento. Na mesma semana em que foi ouvido pela CPI, Toninho da Barcelona deu entrevista por escrito à revista "Veja," na qual declarou que, na campanha de 2002, o PT trocava quase diariamente quantias que variavam de US$ 30 mil a US$ 50 mil (R$ 69 mil a R$ 115 mil).

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Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, foi convocado para falar nas CPIs dos Correios e do Mensalão sobre os depósitos bancários feitos por suas empresas nas contas das agências de publicidade DNA e SMP&B, de Marcos Valério de Souza. O Banco Opportunity tem participação nas operadoras de telefonia Telemig Celular, Amazônia Celular e Brasil Telecom.

Já a CPI dos Bingos ouvirá também na quarta-feira o depoimento do ex-deputado Carlos Rodrigues - ele renunciou ao mandato na semana passada para escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar- e de Jorge Luiz Dias, servidor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O ex- deputado Carlos Rodrigues, ex-bispo Rodrigues da Igreja Universal do Reino de Deus, foi acusado pela deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) de ser o criador de uma versão do mensalão na Alerj. Ela afirmou em depoimento na CPI dos Bingos que todos os parlamentares eram obrigados a dar uma mesada ao então bispo. Segundo a deputada, os que não colaboravam sofriam represálias políticas "ou eram mortos, a exemplo do deputado Valdeci Paiva de Jesus, assassinado a mando do bispo Rodrigues".

A deputada disse também no depoimento que o servidor da Alerj Jorge Luiz Dias teria cópias dos cheques que comprovam o envolvimento do ex-deputado do PL e de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, em esquema de recebimento de propina da Loterj e de casas de bingo. A movimentação de dinheiro teria chegado, em 2002, a cerca de R$ 1 milhão por mês. A CPI investiga o financiamento de campanhas eleitorais pelo crime organizado e pelo jogo.

Na última reunião da semana, na quinta-feira, a CPI ouve o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O deputado vai depor na CPI sobre as circunstâncias da morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002. Na época, Greenhalgh foi indicado pelo PT para, como advogado, acompanhar as investigações.

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