Terminada a entrevista em que Osmar Serraglio (PMDB-PR) revelou a triangulação entre Visanet (Banco do Brasil), DNA (Marcos Valério) e sacadores, o clima na comissão dos Correios era de euforia. "Para o que importa, a CPI acabou hoje", disse Eduardo Paes (PSDB-RJ). Strike – Entende a CPI que, numa só tacada, caíram por terra os três pilares do discurso governista sobre o "mensalão": a) não havia dinheiro público no valerioduto; b) empréstimos tomados no BMG e no Rural custearam os repasses; b) tudo dizia respeito a "caixa 2" de campanha. Mordeu a isca – Quarta à noite, a conexão BB vazou para a imprensa. Ontem bem cedo, o diretor de marketing do banco, Paulo Rogério Cafarelli, apareceu no Congresso com a nota técnica, datada de uma semana antes. E frisando a responsabilidade de seu antecessor, Henrique Pizzolato. Fogueira das vaidades – Aborrecido com Gustavo Fruet (PSDB-PR), que antecipara trechos de relatório da CPI a ser divulgado na semana que vem, Osmar Serraglio excluiu seu conterrâneo da entrevista coletiva de ontem, até aqui o momento máximo da comissão. Matrix – A hipótese da CPI é que o modus operandi da conexão Banco do Brasil – adiantamento de recursos de publicidade às agências de Valério, sem comprovação de que os serviços tenham sido prestados – se repita em contratos com outras empresas públicas, como os Correios. Bônus – Agora a CPI quer calcular quanto a DNA lucrou aplicando o dinheiro recebido adiantado, por autorização do BB, para divulgar a Visanet em 2003 e 2004. E saber se os dividendos também irrigaram o valerioduto.Elenco de apoio – No relatório que entregará à CPI dos Correios sobre as idas e vindas de Marcos Valério em seus corredores, o Banco Central dirá que o resultado da sucessão de visitas não fornece indícios de influência expressiva do empresário na instituição. Aproveitamento zero – Para amparar sua conclusão, o BC mencionará o insucesso do que teriam sido os dois principais pleitos de Marcos Valério: a liquidação do Mercantil de Pernambuco, negócio do interesse do Banco Rural, e a criação de um banco que seria controlado pelas centrais sindicais. Estilo Cayman 1 – Quem viu o papel que petistas trabalham para colocar na praça, com nomes de tucanos que teriam usado os serviços de Dimas Toledo em Furnas, estranhou a menção a "recursos não-contabilizados". O texto traz data de 2002. O termo foi introduzido no vocabulário nacional por Delúbio Soares este ano. Estilo Cayman 2 – Chamam a atenção ainda, nas referências a determinados personagens, cargos e filiação partidária correspondentes ao momento atual, mas incompatíveis com o ano de 2002. Bilhete premiado – Com tanta gente chorando na base aliada, Renan Calheiros não tem do que reclamar. Só na Funasa, o presidente do Senado conseguiu liberar mais de R$ 11 mi em verbas extra-orçamentárias para prefeituras de Alagoas. Murici, administrada por seu filho, ficou com R$ 1,2 mi. Sem descanso – Com o apetite que caracteriza o PMDB governista, Renan trabalha ainda para emplacar Paulo Lustosa na Anatel. O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) já foi procurado.

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TIROTEIO

* Do líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), sobre a confirmação de que recursos do Banco do Brasil destinados à agência DNA não tiveram utilização comprovada:

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– Cai por terra o conto da Carochinha segundo o qual Marcos Valério e Delúbio Soares, sozinhos, tinham poder e crédito para montar uma operação daquele tamanho. Foi revelado o Grande Fiador: o governo.