Os institutos de pesquisa começaram 2016 com a credibilidade arranhada depois de erros grotescos no Brasil nas últimas eleições, em 2014. Nesse ano também não foi diferente e vários institutos erraram em seus levantamentos na disputa pelas prefeituras do país.
O caso mais emblemático foi o de São Luís, no Maranhão. O deputado estadual Eduardo Braide (PMN) foi a maior surpresa do pleito em 2016 e nenhum instituto previu que ele disputaria o segundo turno.
Faltando quatro dias para o primeiro turno, Braide tinha apenas 5% das intenções de voto, segundo as pesquisas realizadas na capital maranhense. No dia 2 de outubro, alcançou 21,34% dos votos e foi para o segundo turno com o prefeito Edivaldo Holanda Jr (PDT) – que foi reeleito com 53,9% dos votos.
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Leia a matéria completaEm São Paulo, nenhuma pesquisa anterior à eleição previu que o candidato do PSDB João Dória levaria a disputa já no primeiro turno. Ele foi eleito com 53,2% dos votos. Pesquisas da véspera registravam entre 35% e 44% dos votos válidos para o tucano.
Em Goiânia os institutos de pesquisa também não conseguiram precisão ao analisar o cenário eleitoral. Na última pesquisa divulgada antes do pleito, a diferença entre as intenções de voto para Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan (PSB) era de 18 pontos percentuais. Abertas as urnas, a diferença era de apenas 9 pontos.
No Rio de Janeiro, a diferença de pontos percentuais também ficou acima da margem de erro. Um dia antes do pleito, as pesquisas indicavam que Crivella (PRB) estaria no segundo turno, mas havia divergências em relação ao segundo nome na disputa. Após o resultado, Crivella teve menos votos que o previsto pelos institutos de pesquisa e Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB) e Bolsonaro (PSC) ficaram acima das estimativas.
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Leia a matéria completaEm Belém e Belo Horizonte também houve divergências entre o resultado das pesquisas eleitorais e o resultado do primeiro turno das eleições.
Brexit
Mas não foi apenas no Brasil que as pesquisas deixaram a desejar em 2016. Os levantamentos no Reino unido falharam em prever que a maioria da população optaria pela saída dos britânicos da União Europeia.
A principal justificativa dos institutos foi a dificuldade de medir o comparecimento às urnas, uma vez que o voto não é obrigatório. Segundo os institutos, como não foi realizada uma pesquisa de boca de urna, não foi possível prever o voto de quem decidiu votar de última hora.
Sem acordo
Na Colômbia, nenhuma pesquisa antecipou o resultado do referendo sobre o acordo de paz com a guerrilha das Farc. O resultado foi apertado nas urnas – 50,21% para o “Não” e 49,78% para o “Sim”. Quase 34,9 milhões de colombianos estavam registrados para comparecer às urnas. Mas o voto não era obrigatório e o índice de participação foi de apenas 37,43%.
Eleições americanas
A eleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos foi outra bola fora dos institutos de pesquisa. Durante toda a campanha apenas uma grande pesquisa, realizada pelo jornal Los Angeles Times, foi capaz de prever a vitória de Trump. O periódico divulgou pesquisas em parceria com a Universidade de South California que registravam em média seis pontos percentuais a mais para Trump em relação às demais sondagens. Até veículos de mídia favoráveis a Trump desacreditavam na vitória do republicano.
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