Protesto
Deputados lançam frente de oposição e pedem mudança
Agência O Globo
Parlamentares de vários partidos realizaram ontem um novo ato contra a manutenção do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Os deputados criaram uma frente em defesa dessa causa e de oposição a Feliciano. O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), discursou no ato e disse que Feliciano deve deixar o colegiado. "A comissão precisa ser reconstituída. Não pode retroceder. A presença do deputado ali é no mínimo muito delicada. Deveria sair", disse Guimarães.
O líder do PSol, Ivan Valente (SP), criticou duramente o parlamentar. "Colocaram um deputado lá que ofende e atenta contra os direitos humanos. Que usa o cargo para ganhar dinheiro e projeção política", afirmou. Raul Henry (PMDB-PE) acredita que Feliciano gera um desgaste imenso para a Câmara.
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) anunciou que retirou da Comissão de Direitos Humanos o grupo que criou A Comissão de Verdade, Memória e Justiça e o transferiu para funcionar dentro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Num dia de novos protestos, cresceu a pressão para que o pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) renuncie à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Parlamentares de vários partidos lançaram uma frente parlamentar em defesa dos Direitos Humanos e o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), cobrou do PSC uma solução para o caso. Com novos protestos, a comissão, mais uma vez, não conseguiu realizar o debate previsto e Feliciano ficou exatos oito minutos no comando durante a sessão em mais uma amostra da dificuldade que terá para levar adiante os trabalhos. Feliciano, porém, continua descartando a saída.
A eleição dele para comandar o colegiado tem provocado uma série de protestos de militantes de movimentos ligados a direitos dos negros e homossexuais, que o acusam de ser racista e homofóbico por causa de declarações publicadas em redes sociais. Um vídeo divulgado por um assessor de Feliciano nessa semana com ataques a deputados que o criticam e a rituais africanos acirrou ainda mais o embate, e parlamentares do PSC, incluindo o líder na Casa, André Moura (SE), pediram que ele deixasse o cargo.
Apelo
Na noite de ontem, Alves anunciou que se reuniria com Feliciano para debater o tema, mas o pastor não apareceu. Moura e o vice-presidente nacional da legenda, Everaldo Dias Pereira, conversaram com o presidente da Câmara e ficaram de fazer um debate na bancada e com Feliciano. "Fiz um apelo ao PSC e mostrei a preocupação com a comissão", disse Alves, prevendo uma solução para os próximos dias.
Mais cedo, parlamentares de várias siglas lançaram uma frente parlamentar em defesa dos Direitos Humanos. O líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), e o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, estiveram presentes no evento. Congressistas que têm capitaneado a resistência contra Feliciano anunciaram durante o ato que acionarão a Corregedoria da Câmara para investigá-lo sobre o emprego dado a pastores no gabinete dele, além de pedir apuração criminal sobre o vídeo divulgado por um assessor dele.
Enquanto isso, Feliciano estava no plenário da Câmara, onde passou o resto da tarde. O deputado do PSC de São Paulo recebeu conselhos de vários colegas. A maioria, como o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), também evangélico, recomendou que deixasse o cargo por ter conseguido "capitalizar" com o eleitorado. Feliciano, porém, resistiu. Aliados argumentam que uma desistência significaria uma concessão aos grupos rivais. Alguns sugeriram que ele fosse retirado da função, mas tal ação não tem previsão regimental, uma vez que Feliciano tem mandato de um ano à frente da comissão.
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