A retomada do crescimento econômico é uma peça-chave para o sucesso do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, avalia o diretor do Atlantic Council em Washington, Peter Schechter, que participou na semana passada de um evento para discutir a visita de Dilma aos Estados Unidos, com agenda de encontros em Nova York, Washington e São Francisco. Para ele, esta visita tem potencial de ser um ponto de inflexão no relacionamento entre os dois países, depois do ruído estabelecido desde o ano passado.
Schechter avalia que o Brasil tem passado por algumas fases de transformações importantes nos últimos anos e o período seguinte precisa ser marcado pela recuperação da expansão econômica. “A próxima etapa é toda sobre o crescimento”, afirmou. Ele citou que primeira fase foi a estabilização da economia, com o Plano Real, lançado em 1994. Em seguida, houve um momento de melhora da renda da população, principalmente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Milhões saíram da pobreza”, disse ele. “Estamos em um momento crítico na história brasileira.”
O crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) é essencial para levar o Brasil para uma economia mais competitiva, ressaltou o diretor, destacando que está otimista com a visita de Dilma aos EUA e espera resultados concretos, não apenas a criação de grupos de trabalho para discutir temas.
As declarações Schechter sobre a necessidade de maior crescimento no Brasil ocorrem num momento em que indicadores têm mostrado piora da atividade no país. A geração de empregos formais veio negativa em maio - de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram fechados 115,6 mil postos. Nos EUA, ao contrário, foram criadas 280 mil vagas no mês passado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve baixa de 0,84% em abril ante março, enquanto os analistas esperavam uma contração de 0,50%.
Isolamento
No mesmo evento, o economista e cientista político Ricardo Sennes afirmou que Dilma tem enfrentado um cenário político muito complicado no Congresso. “A coalização política que ela e Lula lideravam está se esfacelando e Dilma enfrenta o risco de isolamento político”, disse ele. Parte dessa situação está relacionada à emergência de lideranças de oposição mais à direita. Para Sennes, a visita da presidente à Casa Branca pode ter o fator positivo de sinalizar ao Congresso e aos brasileiros que ela tem uma agenda mais ampla, não apenas nacionalista. “Quando Dilma tem essa reunião com Obama, ela tenta recuperar parte das questões associadas com um político mais liberal ou mais à direita”, disse ele.
O vice-presidente e responsável pela América Latina da fabricante de microprocessadores Intel Corporation, Steve Long, ressaltou que o avanço nas reformas que criem um ambiente mais fácil para negócios no Brasil é necessário para restaurar a confiança dos empresários.
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