Atualizada no dia 14/06, às 18h39

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O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quarta-feira a criação da CPI Mista que vai investigar os parlamentares envolvidos na Operação

Sanguessuga, da Polícia Federal. A ação desbaratou um esquema de fraude com recursos de emendas que fraudava licitações de ambulâncias. O caso já está com a Justiça Federal e a Procuradoria-Geral da República.

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Os trabalhos de investigação, tomada de depoimentos, análise de documentos e votação do relatório final terão duração máxima de 60 dias - 30 dias, prorrogáveis por mais 30 - conforme propõe o requerimento de criação da CPI.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), vai defender a indicação do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) para relator. Segundo o tucano, Gabeira foi um dos que mais brigaram pela instalação da CPI. O presidente do Senado já disse que a nova CPI será presidida por um deputado e terá como relator um senador. Os líderes têm até o dia 20 para indicar os nomes dos representantes dos partidos. O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), já lembrou que a presidência e a relatoria da CPI deverão ficar com PT e PMDB, pelo critério da proporcionalidade partidária no Congresso.

A decisão de criar a CPI para investigar o esquema revelado pela operação da Polícia Federal, proposta por PPS, PV e PSOL, foi tomada no início de junho em reunião de Renan com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, e os líderes partidários. Apenas o PP foi contra a CPI. O ex-líder do PP Pedro Henry (MT) é um dos investigados pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga.

Inicialmente, Renan e a maioria dos líderes eram contra a CPI. Preocupados com o desgaste do Parlamento, eles argumentavam que a apuração inicial caberia ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e à Polícia Federal. Gabeira e Renan chegaram a bater boca depois que o presidente do Senado disse que não instalaria a CPI por causa de um erro na relação das assinaturas para criação da CPI. Ao ouvir que os deputados teriam o prazo de cinco dias para apresentar novo pedido de CPI, com novas assinaturas, Gabeira reagiu com dedo em riste, sugerindo que Renan estava protegendo o líder de seu partido, o PMDB.

- Devia ter escrúpulo de usar um artifício regimental que vai direto em seu partido. Foi o líder do PMDB quem indicou a Penha (Maria da Penha Lino) para o Ministério da Saúde - disse Gabeira, referindo-se à funcionária que atuava para a quadrilha que fraudava licitações.

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