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A facção criminosa que vem promovendo atentados no estado de São Paulo parece ter mudado novamente de tática. Desde o último final de semana, os alvos passaram a ser policiais civis e militares e não mais agentes penitenciários. No fim de semana, houve quatro assassinatos - dois policiais militares foram atingidos por tiros na capital e dois policiais civis foram mortos no interior do estado. Na manhã desta terça-feira, o alvo foi o filho de um carcereiro e durante a madrugada uma base da PM foi atacada.

Segundo a secretaria de Segurança Pública, o filho do carcereiro, identificado como Douglas Konishi de Souza, de 23 anos, andava pela rua com a mulher quando atiradores dispararam várias vezes contra ele de dentro de um carro. O atentado ocorreu por volta de 6h30 e o rapaz morreu. O caso foi registrado no 35º Distrito Policial do Jabaquara, mesmo local em que motoqueiros jogaram bombas.

Na madrugada desta terça-feira, dois homens em uma moto Honda Twister preta jogaram um artefato explosivo contra a sede da 1ª Companhia do 3º Batalhão da Polícia Militar, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, na madrugada desta terça-feira.

A bomba explodiu na frente da porta no pátio, mas não feriu nenhum dos PMs que estavam de plantão no local e nem causou danos materiais. Estilhaços do artefato foram recolhidos para perícia no Instituto de Criminalística (IC). Por causa do ocorrido, a segurança do 35º Distrito Policial chegou a ser reforçada durante a madrugada.

Os dois atentados desta terça-feira ocorrem na seqüência de pelo menos três mortes de policiais possivelmente ocorridas a mando do crime organizado no estado. Antes da morte do filho do policial civil, o último caso divulgado pela polícia havia sido o do policial civil Alexandre de Oliveira Bosco, de 21 anos, seqüestrado e morto com 14 tiros quando fazia escola de um preso até um pronto-socorro. Ele era casado e tinha um filho de 4 anos.

No fim de semana, dois policiais foram assassinados. Noite de sábado, um cabo e um sargento reformado da Polícia Militar foram executados na capital. O sargento reformado Roberto Alves da Silva, de 47 anos, foi morto com 19 tiros dentro de uma farmácia na Estrada de Mogi das Cruzes, região da Ponte Rasa, zona leste.

A outra morte ocorreu, em Heliópolis, na zona sul. O cabo do 21º BPM José Tibiriçá da Silva, de 33 anos, foi morto no bar de sua mãe enquanto jogava bilhar. Ele estava de folga, sem uniforme. Segundo a polícia, dois rapazes negros chegaram ao local numa moto com a placa coberta, entraram no bar com máscaras e deram cinco tiros no tórax do policial antes de fugir.

Além dos assassinatos, criminosos atacaram outros dois PMs, que não se feriram. O soldado da Polícia Militar Valdo Leôncio de Lima, de 30 anos, foi alvo de dois bandidos em uma moto, que dispararam contra seu carro por volta das 5h30 deste domingo, na Rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Lima contou à polícia que seguia pela rodovia quando dois homens em uma moto começaram a atirar contra seu Fiat Siena. Apenas um dos tiros atingiu o veículo e estilhaçou o vidro traseiro. Segundo o boletim de ocorrência, registrado no 4º Distrito Policial de Guarulhos como tentativa de homicídio, o soldado contou que, pela ação ter sido muito rápida, não teve tempo de perceber as características dos homens, que usavam capacetes. Os criminosos fugiram e, até ontem, não haviam sido presos.

Ainda no sábado, por volta das 20h, na Vila Iolanda, uma bomba de fabricação caseira explodiu na garagem da casa de um PM. Ele estava trabalhando no horário e ninguém ficou ferido.

Desde maio 13 agentes e 2 carcereiros foram vítimas de atentados.

Também no sábado, o vigia da Justiça Federal Francisco de Assis Tavares foi morto de madrugada durante o trabalho, no prédio da Justiça Federal da Avenida Paulista.

Em Campos do Jordão, nesta segunda-feira uma bomba de fabricação caseira explodiu na varanda da casa de um policial civil. Vizinhos apagaram o fogo, pois a família não estava na residência. Uma testemunha contou que um homem foi visto saindo do local com uma bicicleta logo depois da explosão. O delegado Roberto Martins, que investiga o caso, afirma que muitos criminosos estão aproveitando a onda do crime organizado.

Na capital, o policial aposentado Massayoshi Nagano foi atingido por um tiro no Jardim Peri, zona norte, numa suposta tentiva de assalto. O policial trabalhava como despachante como filho.

- Outros criminosos, que não estão ligados a facções criminosas, estão aproveitando a situação para fazer acertos contra policiais - disse ele.

Há ainda policiais mortos durante assaltos. Em Guaratinguetá, o carcereiro Edgard Roberto Zaccariotto foi morto quando tentava evitar a um assalto a um estabelecimento comercial, sábado. Houve troca de tiros e Zaccariotto foi baleado na cabeça. Um assaltante, Tatiano de Souza Ledivino, foi ferido na perna e está internado. O comparsa dele, Everton Jonas Gonçalves da Silva, conseguiu fugir.

Em Registro, o investigador Onofre Moreira de Lima Filho foi morto com nove tiros, também ao tentar evitar assalto a um bingo da cidade. Todos os criminosos fugiram.

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