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A criminalidade caiu nos bairros próximos às favelas ocupadas por tropas do Exército desde sexta-feira passada. As informações, divulgadas no Jornal da Globo e no Bom Dia Brasil, da TV Globo, foram repassadas pelas polícias Civil e Militar. Na Zona Norte e no subúrbio o número de roubos e furtos de carros caiu pela metade. E os assaltos a ônibus tiveram redução de 40%.

Nesta semana, em enquete do GLOBO ONLINE, quase 90% dos leitores aprovaram a operação das Forças Armadas. Das 9.541 pessoas que participaram da pesquisa, 8.446 (88,52%) disseram que se sentem mais seguras com o Exército nas ruas. Para elas, as tropas deveriam continuar a operação mesmo depois de recuperar as armas roubadas. Para outros 1.095 (11,48%) que responderam à indagação, o Exército não deve fazer operações em favelas. Na opinião desses leitores, os soldados não são treinados e preparados para ações assim.

Em entrevista ao 'Bom Dia Brasil', da TV Globo, o sociólogo Ignácio Cano, do laboratório de análise da violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), disse que é preciso cautela na observação dessa redução de alguns crimes:

- A diminuição do crime em algumas áreas pode vir acompanhada do aumento em outras áreas. Inclusive existe o perigo, que já vimos em outras ocasições, de que se o tráfico estiver acuado, sem financiamento, eles podem descer para cometer outros tipos de crime - afirmou.

Para o economista Ib Teixeira, que há mais de 20 anos estuda temas sociais e relacionados à violência , o Exército age bem ao ocupar ruas e favelas.

- A presença das Forças Armadas não é apenas um desejo da população, mas uma obrigação constitucional. O artigo 142 da Constituição declara enfaticamente que entre as tarefas das Forças Armadas está a de defender a lei e a ordem - argumenta, também em entrevista ao 'Bom Dia Brasil'.

Novo confronto

A manhã é traqüila nas favelas ocupadas pelo Exército nesta quinta-feira. Mas na noite passada os soldados que ocupam o Morro da Providência, no Centro, voltaram a ser atacados por traficantes. O confronto, que durou pelo menos 30 minutos, começou, segundo o Comando Militar do Leste, quando bandidos do Morro do Pinto, vizinho à Providência, atiraram na direção dos militares, que revidaram. Segundo o Exército, nenhum militar foi atingido. Não há registro de feridos. No fim da noite cerca de cem pessoas fizeram manifestação de protesto contra a ocupação da favela em frente ao Comando Militar do Leste, também no Centro (foto).

O Exército mantém 1.600 mil homens na ocupação de oito favelas do Rio de Janeiro, efetivo maior do que o de 1.200 soldados enviados à operação da ONU no Haiti. Daquele contingente há 200 homens participando também da operação nas favelas cariocas. O Comando Militar do Leste informa que a operação destina-se apenas a recuperar dez fuzis e uma pistola roubados na sexta-feira de um quartel em São Cristóvão. O objetivo, reforça o CML, não é cuidar da segurança pública.

Na manhã desta quinta-feira o Exército reforça o cerco nas estradas de acesso ao Rio. A ação nas rodovias começou na manhã de quarta. Os soldados fazem bloqueios com ajuda de patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal em quatro pontos: na saída da Ponte Rio-Niterói; na Rodovia Washington Luís (Rio-Petrópolis); na Rodovia Presidente Dutra (Rio-São Paulo) e na Rio-Santos. Carros de passeio, ônibus e caminhões são revistados em busca das armas.

Também na quarta o Exército iniciou uma ocupação na Favela do Metral, em Bangu, a décima a ser patrulhada pelas Forças Armadas desde sexta passada. Já as favelas da Vila dos Pinheiros e Parque Alegria foram desocupadas.

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