Crise do Senado domina semana de festas juninas

Enquanto boa parte dos parlamentares, sobretudo do Nordeste, querem aproveitar a semana para curtir as festas juninas e ficar mais próximo dos eleitores, a crise do Senado deve permanecer nos holofotes em Brasília.

Nesta semana devem ser divulgados os trabalhos das comissões que investigam os atos secretos da Casa. A primeira delas, que levantou o número de atos e já vem resultado na publicação de vários deles, já está pronta. A divulgação aguarda apenas o retorno do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário, à Brasília. Na semana passada, Heráclito esteve em São Paulo, onde se recuperou de uma cirurgia.

A segunda sindicância teve sua abertura determinada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na semana passada. A intenção é apurar os responsáveis por dar caráter secreto a atos administrativos. O objetivo é fazer uma investigação rápida e apresentar resultados ainda nesta semana.

Enquanto isto, novas denúncias seguem aparecendo e envolvendo o presidente do Senado. A última foi a revelação de que um mordomo da casa de sua filha Roseana Sarney (PMDB-MA), hoje governadora do Maranhão, seria funcionário da Casa.

Na terça-feira (23), Sarney reúne a Mesa Diretora da Casa para debater as propostas feitas por um grupo de 20 senadores. A principal é a demissão do diretor-geral, Alexandre Gazineo, e a votação do substituto em plenário.

Com a volta dos problemas do Senado para os holofotes perde força a CPI da Petrobras. Um acordo já deixou adiada a instalação da comissão para o dia 30 de junho, mas os governistas ainda cobram a devolução da relatoria da CPI das ONGs para a base aliada antes de permitir a abertura da nova frente de investigação.

No plenário a previsão é de poucas votações nas duas Casas, uma vez que a ausência de parlamentares para o festejo junino é esperada. Na Câmara, uma possibilidade é a entrada na pauta da reforma eleitoral, que amplia as formas de campanha na internet e permite aos políticos antecipar a campanha dentro dos partidos. A votação, no entanto, deve ficar para a próxima semana.