Às voltas com uma grave crise político-institucional e sofrendo críticas diante do fraco desempenho da economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff determinou prioridade total à área internacional, que ganhou reforço na reforma em andamento na área de comunicação do governo. Entre os desafios, o mais urgente é melhorar a imagem do país, deteriorada com o escândalo de corrupção na Petrobras.
A presidente quer se livrar da pecha de que odeia política externa, e sabe que é inevitável “vender” mais o Brasil lá fora em busca de tratados de livre comércio e investimentos. As viagens também são consideradas uma boa oportunidade para que saia do tiroteio ao qual é submetida e que a deixou em um dos mais baixos níveis de popularidade.
“A retomada de uma agenda externa reflete a necessidade de dar conta da imagem dela (Dilma) na sociedade. Ela quer falar para os públicos interno e externo. A área internacional é importante para a formação da imagem de um país. Ou seja, em meio às turbulências, surgiu a percepção de que a agenda internacional faz parte da agenda do governo”, explicou uma fonte.
O roteiro de viagens de Dilma está sendo fechado, mas já é bem intenso. No mês que vem, ela receberá em Brasília a chanceler alemã Angela Merkel. Nos dias 27 e 28 de setembro, viajará a Nova York, onde discursará na abertura da Assembleia Geral da ONU. Em outubro, visitará a Colômbia, país com o qual o Brasil pretende fortalecer as relações. Em novembro, deverá ir à Turquia, para uma reunião do G-20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta.
Dezembro será o mês mais movimentado. Dilma irá ao Vietnã, ao Japão, ao Paraguai – para a reunião do Mercosul – e, provavelmente, a Paris, para a COP 21 (apenas se estiver previsto um segmento presidencial no evento).
“Não dá mais para se dedicar puramente ao Mercosul”, comentou um experiente embaixador, acrescentando ter ouvido que Dilma tem sido aconselhada pelo ex-presidente Lula a se dedicar mais à política externa.
Este ano, Dilma esteve na Bolívia, na Venezuela, no Uruguai e na Bélgica, sede da União Europeia (UE) – nesse caso, para convencer as autoridades europeias que o Mercosul está pronto para um acordo de livre comércio. Esteve, ainda, em Washington, onde foi recebida com pompa pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e à cúpula do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na Rússia.
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