Margem de Richa para aprovar projetos é de apenas seis votos.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Uma das dúvidas geradas para a continuidade do governo de Beto Richa (PSDB) após a aprovação do ajuste fiscal é o tamanho da base com que ele poderá contar na Assembleia Legislativa. A pressão contra a votação das propostas e os confrontos entre policias e manifestantes fizeram muitos parlamentares passarem da bancada de situação para a oposição. A dúvida é se esse será um comportamento temporário ou se o apoio ao governador realmente “encolheu”.

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No início do novo governo, em janeiro, estimava-se que apenas seis dos 54 deputados estaduais fariam oposição a Richa. No entanto, já na primeira votação relativa aos projetos de ajuste fiscal – quando os deputados entraram em um ônibus da tropa de Choque na Assembleia para evitar ter de passar andando pelos manifestantes –, havia pelo menos 19 deputados dispostos a votar contra o governo. Na nova versão, foram 20 votos contrários. Ou seja: a bancada de oposição, embora ainda minoritária, mais do que triplicou de tamanho.

É cedo para dizer. Tem que deixar a poeira baixar para ver como as coisas ficam.

Parlamentar aliado a Richa
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Nessa hora é que você vê quem está realmente do lado. E acho que é melhor ter uns poucos fiéis do que um monte de laranjas junto.

Deputado estadual governista

Ouvidos pela reportagem, os deputados dizem ser difícil saber quantos dos que mudaram de lado podem ter intenção de voltar à base. A avaliação mais comum é de que vai depender do projeto pessoal de cada um. “É cedo para dizer. Tem que deixar a poeira baixar para ver como as coisas ficam”, diz um parlamentar. Mesmo com 34 votos, o governo tem condições de aprovar seus projetos, já que o mínimo para ter maioria absoluta seriam 28 deputados. Mas a margem é considerada apertada.

Para alguns deputados que permaneceram ao lado do governo, ficou claro que Richa nunca pôde contar com mais do que 34 votos. “Nessa hora é que você vê quem está realmente do lado. E acho que é melhor ter uns poucos fiéis do que um monte de laranjas junto”, diz um dos parlamentares que votou a favor dos projetos do Executivo.

A permanência na base governista é vista por muitos deputados como uma questão de “sobrevivência política”. Na semana que passou, isso ficou claro pelo vazamento de declarações do deputado Cobra Repórter (PSC), que disse que precisava votar com o governo porque a oposição não recebe “nem papel de bala”.

A possibilidade de fazer mais obras no interior, liberando emendas e fazendo com que os deputados tenham discurso de que “levaram melhorias” para sua região, foi um dos argumentos do governo pela aprovação da reforma. Ao passar para o Fundo Previdenciário o pagamento de 33,5 mil inativos, o Executivo deverá ter mais R$ 1,5 bilhão por ano para investimentos em obras.

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