Prefeito tem 53% contra 37% de Marta
São Paulo - Agência Estado
O prefeito e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab, continua na liderança da corrida à prefeitura de São Paulo neste segundo turno, com 53% das intenções de voto, contra 37% da candidata do PT, Marta Suplicy, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada ontem pela Rede Globo. A vantagem de Kassab sobre Marta é de 16 pontos porcentuais. Os votos em branco ou nulos somam 6% e os indecisos, 4%. Na pesquisa anterior, divulgada pelo Datafolha na semana passada, Kassab tinha 54% das intenções de voto e Marta 37%.
A pesquisa Datafolha ouviu 1979 eleitores, na quinta e na sexta-feira. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo sob registro 04000108 - SPPE.
PT pede a impugnação de Kassab
São Paulo - Agência Estado
O coordenador da campanha de Marta Suplicy (PT), deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), informou que a campanha entrou no Tribunal Regional Eleitoral contra o adversário do DEM, o atual prefeito Gilberto Kassab, pedindo a impugnação da candidatura dele. A campanha da petista acusa Kassab de utilizar a máquina pública em um evento em que o prefeito repassou ao governador José Serra (PSDB), um cheque de R$ 198 milhões para obras do metrô. Na solenidade, Kassab entregou nas mãos de Serra uma réplica do cheque em tamanho gigante. Kassab acusou a adversária de querer ganhar a disputa "no tapetão".
A crise da polícia em São Paulo monopolizou ontem a disputa à prefeitura paulistana. De um lado, aliados do prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) denunciaram haver interesses eleitorais por trás do movimento, que culminou com o confronto entre policiais civis e militares em frente ao Palácio dos Bandeirantes, anteontem. Do outro, petistas reagiram com indignação à tentativa do governador José Serra (PSDB) de vincular o PT ao conflito.
"Quero repelir a atitude do governador de acusar o partido do presidente da República de estar por trás disso, porque é mentira", afirmou o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. "Como integrante do governo federal, eu lamento que o governador não retribua a generosidade com a qual o presidente Lula o trata. E, como membro do PT, eu me senti ofendido pelo governador Serra."
Principal aliado de Kassab na disputa eleitoral, Serra havia afirmado um dia antes "não ter dúvida nenhuma" de que as manifestações de policiais diante da sede do governo "tinham a participação ativa da CUT, que é ligada ao PT, e da Força Sindical, ligada ao PDT".
Ao lado do prefeito e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra voltou ontem à carga e acusou a "politização" do movimento. "A motivação eleitoral e partidária é meio óbvia. Basta olhar os textos dos discursos feitos por políticos nesses eventos. O ato de ontem foi programado por um desses líderes, que é o Paulinho, da Força Sindical", afirmou Serra.
Ontem mesmo, a assessoria jurídica do PT foi incumbida de se debruçar sobre fitas contendo as falas do governador a emissoras de televisão, para avaliar a possibilidade de entrar na Justiça com um pedido de direito de resposta. "O governador claramente fez um uso político dessa situação", afirmou o advogado Hélio Silveira, encarregado da campanha de Marta Suplicy (PT). "Estamos avaliando quais são as medidas cabíveis."
Dia de campanha
Os dois candidatos bem que tentaram fazer campanha ontem, mas o assunto foi um só: a crise da polícia. Marta disse ter ficado "pasma" com as declarações de Serra. "Querer culpar um partido político por uma incapacidade de negociação (com os grevistas), eu não esperava essa postura do governador", criticou Marta.
O comando da campanha de Marta avalia que ela deve explorar o confronto para tirar dividendos eleitorais do episódio e mostrar as "deficiências" do governo Serra, agora associado a Kassab. "Temos de entrar nesse debate e mostrar que nosso projeto é outro, onde os conflitos da sociedade são tratados de forma democrática, onde a gente não tenta criminalizar os movimentos sindicais e sociais", disse o presidente do PT paulista, Edson Silva.
Potencial prejudicado pela crise, Kassab endossou as críticas de Serra: "Como todos, tive a oportunidade de observar alguns parlamentares, alguns líderes partidários que participaram das manifestações e que são externos ao movimento. Lamento muito, até porque, não podemos partidarizar uma reivindicação legítima." Até Fernando Henrique entrou no embate. "As pessoas deviam acalmar e não estimular, eu acho que houve sim alguma influência eleitoral", afirmou.
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