Em entrevista ao programa "Roda Viva" ontem, o candidato do PDT à Presidência da República, senador Cristovam Buarque, disse que sua principal proposta é a federalização da educação. O senador afirmou que, se eleito, criaria o ministério da Educação Básica e fecharia alguns "ministeriozinhos". Cristovam disse que educação e estabilidade são as prioridades para o Brasil, e que é possível investir em educação sem abalar a estabilidade da economia.

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— Poderia passar o ensino superior para o ministério da Ciência e Tecnologia, por exemplo. Poderíamos juntar ministérios que defendem os direitos das minorias e os da Economia, como Fazenda e Planejamento.

A reforma do pedetista incluiria a nomeação de seis superministros que centralizariam as ações do governo. Ex-ministro da Educação do governo Lula, Cristovam criticou a unificação dos programas sociais.

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— A bolsa-escola não é assistencial, é educacional. O governo não poderia ter misturado os programas porque eles são coisas diferentes.

O senador criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o demitiu do cargo por telefone, e disse que o petista está sendo arrogante ao achar que já está reeleito. Mas não quis dizer se achava que Lula sabia ou não das denúncias de corrupção:

— Ele estava tão perto que eu não posso dizer se ele sabia ou não, se é corrupto ou não.

Cristovam afirmou que, se eleito, convidaria os líderes do país para discutir governabilidade e mandaria ao Congresso proposta de reforma constitucional para acabar com a reeleição. Mas não revelou quem apoiaria num eventual segundo turno.

— Se fosse para dizer o que querem os marqueteiros, eu diria que vou votar em mim, mas isso eu não faço, eu tenho 1%. Hoje eu não posso dizer que vou ganhar, isso é loucura.

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Sobre a economia, disse que é preciso equilibrar as contas nacionais para baixar os juros.

— Não vou baixar juros por decreto. Para investir em educação, vai haver sacrifício em alguns lugares— disse Cristovam, afirmando que saiu do PT porque o partido se acomodou diante da corrupção.