Conselho de Ética da Câmara se reúne nesta terça (1.º) para avaliar o caso de Eduardo Cunha.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em um grande “acordão”, o PT cogita voltar atrás em relação ao processo de cassação do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), optando em votar pelo arquivamento das denúncias, em troca de acabar com a ameaça do peemedebista de deflagrar um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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Segundo a reportagem da Folha, Cunha teria feito a ameaça em uma almoço com o vice-presidente Michel Temer, que também é presidente do PMDB. O deputado teria dito que esperaria o posicionamento dos três deputados do PT no Conselho de Ética da Câmara para avaliar que seguimento daria em relação ao processo de impeachment. Segundo pessoas próximas ao presidente da Câmara, Cunha não descarta aceitar um dos pedidos de impeachment pendentes na Casa. Tanto Cunha quanto Temer negam o teor das conversas.

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O Conselho de Ética se reúne nesta terça-feira (1.º), a partir das 14 horas, para avaliar se há indícios ou não para seguir com o processo de cassação do peemedebista. O colegiado é formado por 21 deputados – e a tendência é de um placar apertado, por isso a corte aos petistas.

Relator do processo, Fausto Pinato (PRB-SP) pede a continuidade do processo. Um dos petistas do colegiado, Zé Geraldo (PA) afirmou que o grupo fará uma nova reunião nesta terça-feira (1.º) para avaliar qual a melhor posição. Por parte do Planalto, as costuras têm sido feitas pelos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Os outros integrantes do PT do grupo são Léo de Brito (AC) e Valmir Prascidelli (SP).

“A essa altura do campeonato, Eduardo Cunha é coisa pequena. Temos que pensar no Brasil. Mesmo que a gente vote pela abertura, isso só vai ser resolvido em maio. Se o Supremo quiser, pode afastá-lo imediatamente. O que é melhor para o Brasil, impeachment ou o Eduardo Cunha?”, questionou Zé Geraldo, em entrevista ao jornal O Globo. “O que se pode dizer é que os fatos da semana passada nos colocam a refletir um pouco mais”, completou.

Manobra

Há ainda a possibilidade de o conselho não votar hoje. Aliados de Cunha podem prolongar os discursos até que a ordem do dia na Câmara seja aberta. Nesta hipótese, o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse que já reservou plenário para assegurar a votação no dia seguinte.

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