Reunido com aliados e advogados na residência oficial da Presidência da Câmara desde o início da manhã desta quinta-feira (5), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avaliou que a decisão do ministro Teori Zavascki de afastá-lo do mandato foi política e que pode complicar a vida do vice-presidente Michel Temer, caso ele assuma o Planalto. Pessoas próximas ao peemedebista e que falaram com ele têm reverberado a avaliação de que a decisão de Teori dará um “argumento” à defesa da presidente Dilma Rousseff para questionar juridicamente a legalidade do impeachment. Eles afirmam ainda que a a ascensão de Waldir Maranhão (PP-MA) à Presidência da Câmara vai representar um risco para Temer.
O substituto de Cunha votou contra o afastamento de Dilma Rousseff e assume o posto no momento que tramita na Casa um pedido de impeachment do vice, com base no argumento de que ele também assinou decretos que incorreriam nas mesmas infrações que levaram a petista para o cadafalso político.
Cunha tratou a liminar de Teori como um “absurdo” e criticou o timing da decisão. Seus aliados, no entanto, reconhecem que será praticamente impossível reverter a decisão do ministro no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).
Cunha teria demonstrado muita irritação e, apesar do prognóstico pessimista, prometeu usar todos os recursos disponíveis para tentar uma reviravolta. Além da visita de aliados e advogados, o deputado recebeu uma série de ligações com declarações de “solidariedade”. Questionados, aliados afirmaram que, até as 11h, Temer não estava na lista dos que fizeram um gesto na direção do peemedebista.
Avaliação de Temer
O afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo e do mandato de deputado, por meio de liminar, surpreendeu o vice-presidente Michel Temer. O peemedebista esperava uma decisão para a tarde desta quinta-feira em sessão do pleno do Supremo Tribunal Federal (STF).
Temer está preocupado com a sucessão de Cunha no comando da Casa. O seu sucessor direto é o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Porém, ainda há dúvidas quanto à eventualidade de um afastamento definitivo do peemedebista do cargo. Se isso se confirmar na tarde de hoje, é possível avaliam auxiliares de Temer, que ocorra uma nova eleição para o comando do Legislativo.
Neste caso, Temer buscará manter o máximo de distância destas negociações para elas não contaminarem a formação do seu eventual governo e as conversas que vêm sendo feitas há duas semanas com os partidos da base aliada.
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