O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamou nesta quarta-feira (4) o ministro Cid Gomes (Educação) de “mal-educado” e ainda patrocinou a aprovação de uma convocação para que ele preste esclarecimentos sobre uma declaração na qual disse que a Casa tem “uns 400 deputados, 300 deputados” achacadores.

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A fala ocorreu em Belém, na sexta-feira (27), durante visita do ministro à Universidade Federal do Pará, onde se reuniu com professores e reitores de universidades federais paraenses.

Cid afirmou que “a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil” sob o comando de Cunha. “Tem lá [na Câmara] uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, disparou.

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Irritado, Cunha articulou a reação a Cid Gomes. No início da sessão desta quarta, o requerimento de convocação foi aprovado por 280 votos contra 102. Na sequência, ele anunciou que desistiria de votar um pedido para acelerar a votação do projeto que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior.

“Um ponto urgente hoje é o requerimento de convocação do ministro da Educação. Vamos levar, vamos aprovar, ele vai ter que vir aqui explicar quem são os achacadores do Congresso. Um governo que tem como lema “Pátria Educadora” não pode ter um ministro da Educação mal-educado”, disse Cunha.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), reforçou as críticas e disse que o Congresso exige respeito. “Não pode qualquer ministro de Estado fazer essas acusações, usar adjetivos nesse sentido em relação a esta Casa”.

O líder do governo, José Guimarães (CE), disse que foi uma fala “infeliz”, mas que o ministro está disposto a comparecer à Câmara para prestar os esclarecimentos.

O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) chegou a falar que o “Congresso não é um prostíbulo que o ministro acha que é”.

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