Defensor do desembarque do PMDB do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou nesta quarta-feira (19) o adiamento do congresso nacional do partido.
A expectativa era a de que o encontro fosse realizado em agosto. Agora, discute-se deixá-lo para outubro. Contudo, há quem diga no próprio PMDB que o evento possa nem acontecer neste ano. “Marcaram para muito tarde. Era para ter sido em agosto, setembro. Sou crítico a essa marcação para daqui três meses. Na prática, estão empurrando com a barriga a discussão”, afirmou Cunha.
Ao anunciar seu rompimento com o governo, em meados de julho, o presidente da Câmara disse que vai pedir no congresso que a sigla siga o mesmo caminho. Nesta quarta (19), ele reiterou a posição, mas ponderou não ter como prever o que o partido vai decidir.
O vice-presidente Michel Temer já disse em algumas ocasiões que o PMDB deve ter candidato próprio à Presidência da República em 2018, mas não mencionou prazo para um possível desembarque do partido, que comanda há 15 anos, do governo.
Na manhã desta quarta (19), Cunha gravou sua participação na propaganda do partido. Ele afirma ter feito uma “fala genérica sobre a Câmara”.
Votação
Também nesta quarta, Cunha comentou a votação do segundo turno da PEC da maioridade no plenário. A expectativa dele é que o resultado favorável à redução se mantenha. “A tendência é que quem se manifestou no primeiro turno, salvo por divergências de presença de quórum, não mude voto”, avaliou.
A proposta começou a ser discutida na noite desta terça-feira (18) apesar dos apelos para que os apartes dos deputados ocorresse no mesmo dia da votação da proposta. Após as 22h, os deputados tomaram a tribuna da Câmara para defender ou atacar a PEC.
Nesta terça (18), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que esse não é um tema de governo, mas sim da Câmara. Em julho, quando a proposta foi apreciada em primeiro turno, o governo se manifestou diversas vezes contrário à PEC.
Eduardo Cunha também falou sobre a MP 675, editada para elevar a tributação sobre bancos e instituições financeiras, cujo relatório foi divulgado semana passada. “Essa história de achar que tributa o setor porque ele está ganhando dinheiro é um erro. Quando você tributa os bancos, eles vão repassar isso para a taxa de juros e isso tem influência na economia”.
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