Eduardo Cunha voltou a pedir para o PMDB deixar a base aliada do governo Dilma.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em visita a Goiânia, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), defendeu que o PMDB não tenha mais nenhum ministério do governo Dilma Rousseff ao comentar a reforma ministerial planejada pela presidente. “Por mim, o PMDB deve ficar com zero ministério. Não só não vou participar [da reforma], como não quero que o PMDB participe. Eu defendo que o PMDB saia do governo e que tenha instância própria”, disse Cunha, que cobrou uma convenção nacional do partido para discutir a saída da base governista.

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“Se tem uma parte do PMDB que entende que tem que ficar no governo, que fique pela governabilidade, ou fique sem cargos, sem exigir mais cargos”, disse. “Quem defende a governabilidade e acha que o Brasil passa pelo momento difícil que passa, não deveria exigir cargos para isso. Deveria estar desprendido pela política pública. Mas acho, essa é minha opinião pessoal, de militante do PMDB, vou defender na convenção, que eu espero que seja convocação, que o PMDB saia da base.”

Cunha afirmou que o debate atual deveria girar em torno das medidas políticas e econômicas do governo, e não a ocupação de cargos, e disse que não se sente isolado no partido. “Se participasse de uma aliança, teríamos que estar discutindo a política econômica, a qualidade do ajuste fiscal e os impostos. Essa tem que ser a principal razão do debate, e não a ocupação de cargos”, disse.

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“[O isolamento] é um debate absolutamente fora de propósito, até porque não estou disputando nada na bancada. Nunca eu procurei qualquer membro da bancada e defendi meu posicionamento pessoal como preponderante na bancada. Então, não vou me sentir isolado, porque não estou procurando vencer. Eu estou procurando simplesmente debater minha posição.”

Pela manhã, o deputado carioca participou de fórum de cidadania e segurança pública na capital goiana e, à tarde, encontrará políticos locais na Assembleia, onde participará do programa “Câmara Itinerante”. Durante o evento da manhã, foi recebido por 11 pessoas que protestavam contra os ajustes fiscais e pediam o afastamento de Dilma.

Cunha também criticou o ajuste. “Sou contrário a qualquer aumento de impostos, absolutamente contra a CPMF ou qualquer aumento de imposto para financiar despesa que o governo tem a mais e não está conseguindo cobrir com sua arrecadação. Não tem sentido a gente gastar mais tributos, impor mais tributos à sociedade para pagar a ineficiência de uma máquina que gasta cada vez mais, por motivações diversas, mas que gasta. Então, o governo tem que cortar na carne, em primeiro lugar.”

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