Apesar de ter dito que até o fim de novembro deliberaria sobre todos os pedidos de impeachment pendentes, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou a aliados que não decidirá nada na próxima segunda, último dia do mês.
Cunha já arquivou mais de dez pedidos de impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) que estavam na fila, mas deixou por último o protocolado pela oposição e o dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior. Na última quinta-feira (26), o presidente da Câmara afirmou que já tem parecer sobre este último pedido, mas não antecipou se será pelo arquivamento ou pela abertura.
“Todos nessa altura já têm parecer. Eu ia até antecipar a decisão, o problema é que a decisão de um praticamente antecipa o posicionamento do outro. Então, vou fazer em conjunto. Claro que já tem parecer, discussão, tem pareceres inclusive contraditórios”, afirmou Cunha.
Também na quinta, Cunha disse que, até acabar definitivamente o mês, ainda não extrapolou o prazo para decidir sobre o impeachment. Ele havia dito ser “possível” que decida até segunda, que é feriado em Brasília, mas não para as atividades do Congresso Nacional. “Novembro ainda não acabou. Novembro acaba segunda, não estou ainda inadimplente. É feriado (em Brasília), mas eu estarei aqui. O Congresso sempre funcionou, não há previsão de fechar e estarei aqui, de volta, antes do almoço, trabalhando”, disse.
Apesar de sua fala, aliados de Eduardo Cunha o definem como “imprevisível”, dizendo que ele pode mudar de opinião a qualquer momento. Na terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara decidirá se dá continuidade ao processo de Cunha no órgão, o que pode culminar com a cassação do mandato do presidente da Câmara. “Ele é imprevisível, ninguém sabe o que vai fazer”, disse um aliado do peemedebista.