O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou por meio de nota que é inocente e está “absolutamente sereno” com as denúncias a seu respeito na Lava Jato.
“Sou inocente e com essa denúncia me sinto aliviado, já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário”, destacou.
A nota divulgada nesta quinta-feira (20) ocorre após a PGR (Procuradoria-Geral da República) protocolar denúncia contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal). O documento foi entregue no início da tarde.
A acusação é de que Cunha recebeu propina após o fechamento de contratos entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia, para fornecimento de navios-sondas para a estatal do petróleo.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a condenação do deputado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apontados durante a Operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras.
Cunha tem negado envolvimento nas irregularidades. Ele acusa o Palácio do Planalto de perseguição e, desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro, tem pautado projetos que não contam com aval do governo.
Na quarta, após notícia de que o envio da denúncia ocorreria nesta quinta, o parlamentar se disse tranquilo a respeito do caso. Eduardo Cunha também afirmou que não pretende se afastar da presidência da Casa.
Um grupo de deputados críticos aguardava a denúncia para redigir um manifesto pedindo o afastamento de Cunha do cargo.
Caso o STF acate a denúncia, o mesmo grupo, liderado pelo PSol, pretende entrar com uma representação no Conselho de Ética com pedido de cassação do mandato de Cunha.
A perda de mandato, após apresentada ao Conselho de Ética, cumpre um rito de tramitação. É designado um relator que se posiciona contra ou favor ao afastamento, posição que precisa primeiro ser votada na comissão e, em seguida, no plenário da Casa.
Sem ter o mandato cassado, a outra forma prevista regimentalmente para que Cunha seja afastado da presidência é a renúncia, possibilidade já negada por ele.
O líder do DEM, Mendonça Filho (DEM-PE), não havia lido a denúncia no fim da tarde, mas voltou a afirmar, que ninguém deve ser “blindado, nem condenado” previamente.
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