O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (26) que é possível que decida até a próxima segunda-feira (30) autorizar ou arquivar os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
No início do mês, o peemedebista havia garantido que teria uma resposta formal em relação aos requerimentos protocolados até o final de novembro. Em conversas com aliados e correligionários, no entanto, ele já admitiu que deve tomar uma decisão apenas em 2016.
Segundo Cunha, estão prontos todos os pareceres em relação aos pedidos de impeachment, incluindo o assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, considerado o principal deles. “Quem sabe segunda-feira (30)? Novembro acaba na segunda-feira e eu ainda não estou inadimplente. É possível (que eu decida sobre os pedidos)”, disse.
Os aliados do peemedebista procuraram no início da semana os partidos de oposição propondo a deflagração do processo de impeachment em troca da preservação do mandato de Cunha na Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
A ideia é de que a oposição daria os votos suficientes para que o Conselho de Ética arquive sumariamente o pedido de cassação, decisão que será tomada na próxima terça-feira (1º). Atualmente, a tendência é de que a maioria dos integrantes do Conselho de Ética vote pela admissibilidade do pedido.
No início de outubro, o Palácio do Planalto havia firmado um acordo de trégua com o peemedebista. Em troca de ele segurar o impeachment da presidente, o governo federal faria a bancada petista não causar problemas a Cunha no Conselho de Ética.
Os três deputados federais do PT que compõe o colegiado parlamentar, no entanto, pretendem votar pela admissibilidade do pedido, o que irritou o peemedebista.
ORÇAMENTO
O peemedebista afirmou ainda que, apesar de haver apenas três semanas para o início do recesso parlamentar, há possibilidade do governo federal votar o projeto orçamentário para 2016. Ele avaliou, contudo, que não sabe se ele será aprovado. “O Poder Executivo terá de tomar uma decisão. Ou vão continuar executando o orçamento normalmente ou vão paralisar até aprovar. É uma decisão dele. E paralisa significa paralisar tudo”, disse.
A prisão de Delcídio preocupou o governo federal sobre as votações das medidas do ajuste fiscal no Congresso Nacional, incluindo a aprovação da nova meta fiscal deste ano. Se não aprovada, obrigaria a contingenciar R$ 100 bilhões até dezembro.
Se não fechar as contas do ano em ordem, a presidente começa o próximo ano com maior vulnerabilidade para um processo de impeachment.