O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), centrou suas críticas ao governo Dilma Rousseff e ao PT e disse que o partido, para a sociedade, está “abaixo do volume morto”. A declaração foi dada nesta segunda-feira em um almoço com empresários de São Paulo, e faz uma referência à declaração feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho em um reunião fechada.
“Se a frase do ex-presidente Lula é de que o PT está no volume morto, acho que para a sociedade ele já baixou do volume morto. O que precisamos fazer é ver para o futuro. E o futuro passa por esse debate todo que estamos fazendo, que a gente possa construir soluções que esteja em consonância com a sociedade. E não fazer do congresso e do governo apenas uma pauta ideológica, corporativa e partidária”, afirmou o presidente, que foi aplaudido.
Cunha também disse que a impopularidade do PT “consegue ser maior que a impopularidade de Dilma Rousseff“. “Talvez, o PT tenha até arrastado a impopularidade dela mais para baixo do que poderia ser”.
O presidente da Câmara também afirmou que seu rompimento político com o governo foi “reação a uma covardia” e voltou a afirmar que seu posicionamento é pessoal. “Eu não costumo reagir colocando a cabeça debaixo do buraco. A história não reserva espaço para os covardes. Eles não vão impedir o meu livre exercício da liderança parlamentar. Fui vítima de uma violência com as digitais definidas. Não podia me acovardar e não reagir”, disse Cunha, em referência a sua investigação na Operação Lava Jato, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Questionado pelo presidente do grupo Lide, João Dória, sobre a quem pertenciam essas digitais, respondeu. “Basicamente, foi uma interferência do Poder Executivo, que todo mundo sabe que não me engole”. Cunha acusou ainda o governo de “estimular a criação de partidos artificiais para tumultuar”, referindo-se à recriação do PL com a ajuda do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Na entrevista coletiva, dada após o almoço, Cunha não respondeu os questionamentos sobre sua investigação na Lava Jato e disse que foi orientado pelo seu advogado a não comentar o assunto.
IMPEACHMENT
Cunha voltou a falar que um impeachment de um presidente da República não é um processo simples, mas disse que os que tiverem fundamento terão andamento na Casa. “Os (pedidos de impeachment) que sanearem serão analisados sob a ótica jurídica. Os que tiverem fundamento terão acolhimento”, disse o presidente da Câmara.
Ele também disse que sua posição sobre o assunto “não mudou uma vírgula” desde que o tema foi colocado em debate por grupos que promoveram manifestações e se reuniram diversas vezes com o presidente da Câmara. “Impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral. Recurso eleitoral porque você não se satisfez com aquele que foi eleito não é a melhor maneira. Não podemos transforma o Brasil num republiqueta, que não é”.
Cunha fez questão de detalhar o trâmite de um processo de impeachment no Congresso para os empresários convidados do Grupo Lide. “O impeachment é uma decisão política. Não é um processo simples. Tem que ter base legal para isso. Vou tratar todos (os pedidos) de forma técnica”.
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