| Foto: Lula Marques/Agência PT

A prova cabal de que a influência do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os seus pares está perto de se esgotar foi a votação de seu próprio partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quinta-feira (14). Dos seis deputados do PMDB que participaram da sessão, apenas dois votaram a favor do relatório de Ronaldo Fonseca (PROS-DF), que pedia a anulação parcial do parecer do Conselho de Ética da Casa favorável à cassação do mandato de Cunha.

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Apenas Carlos Marun (MS), um dos mais fiéis aliados do peemedebista, e Hugo Motta (PB), também próximo a ele, votaram com Cunha. Os demais – José Fogaça (RS), Rodrigo Pacheco (MG), Valtenir Pereira (MT) e Vitor Valim (CE) – referendaram a decisão do Conselho de Ética.

Deputados amigos se ausentaram

Dois dos mais próximos parceiros de Cunha na Câmara sequer apareceram na sessão para votar. Os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e André Moura (PSC-SE), agora líder do governo interino de Michel Temer, deixaram o aliado na mão. Até as legendas do centrão, bloco liderado pelo ex-presidente da Casa, deram poucos votos a ele. No PP, Arthur Lira (AL) foi com Cunha, mas Esperidião Amin (SC) votou contra. No PR, três dos cinco parlamentares votaram contra o relatório, e no PSD os quatro que votaram se manifestaram contra o ex-presidente.

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Um dos exemplos de perda de poder do peemedebista é o voto do deputado João Campos (PRB-GO), coordenador da bancada evangélica da Câmara, beneficiada quando Cunha estava na presidência. Mas Campos é do partido de Tia Eron (BA), responsável pelo voto que fez o processo contra o peemedebista ser aprovado no Conselho. Campos votou contra Cunha.

Inicialmente, em votação simbólica, a CCJ rejeitou o relatório de Fonseca. Mas os aliados de Cunha pediram votação nominal. Minutos depois, saiu o resultado, sacramentando a derrota de Cunha. A tropa de choque de Cunha foi bem menos atuante que na véspera. Parlamentares do PT ocuparam os principais lugares na CCJ, bem à frente de Cunha. Chico Alencar (PSOL-RJ) disse ser preciso cassar o mandato de Cunha e fazer o que clama a sociedade. “Chega desse velório prolongado. Vamos partir para o féretro”.

O placar na CCJ

Votaram 51 dos 66 integrantes da comissão

PMDB: 2 a favor e 4 contra Cunha

PP: 1 a favor e 1 contra Cunha

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DEM: 1 a favor e 4 contra Cunha

PRB: 1 contra Cunha

PTB: 2 a favor de Cunha

PTN: 1 a favor de Cunha

PT: 8 contra Cunha

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PR: 3 a favor e 2 contra Cunha

PSD: 4 contra Cunha

PC do B: 1 contra Cunha

PROS: 1 a favor de Cunha

PSDB: 6 contra Cunha

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PSB: 4 contra Cunha

PPS: 1 contra Cunha

PDT: 2 contra Cunha

Psol: 1 contra Cunha

Rede: 1 contra Cunha

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Solidariedade: 2 ausentes

PSC: 1 ausente