Horas após o fim da CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o relatório que indicia apenas um dos políticos envolvidos no esquema de corrupção na estatal, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
“Há de convir que é uma CPI um pouco diferente. Não é a protagonista do processo, mas o secunda. As dificuldades obviamente são enormes para quem está secundando um processo. Há muitas delações que não conhecem. Devem ter tido suas dificuldades”, afirmou o peemedebista na manhã desta quinta-feira (22).
A última reunião da comissão terminou esta madrugada, mas sofreu resistência do PSol e do PSDB. Em um voto separado, que nem chegou a ser votado, os tucanos pediram a abertura de inquéritos sobre eventuais participações dos ex-ministros Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvati, além de outros 49 políticos, entre eles, o presidente da Câmara.
Ao comentar o assunto, Cunha disse que o pedido do partido, fiel aliado desde que o peemedebista rompeu publicamente com o governo, “não significa nada politicamente”. Já tenho inquérito instaurado. Para mim, não tem nenhum efeito. Se eu estivesse lá, tinha votado favorável”, disse.
Sobre as vaias e palavras de ordem das quais foi alvo na quarta-feira (21) enquanto concedia entrevistas no salão verde na Câmara dos Deputados, Cunha mudou o tom usado, quando afirmou ver com “normalidade” e classificou os atos como “democráticos”.
“Não dá para considerar aquilo, sequer manifestação. Se você olhar bem, no início do ano, quando houve pedido de abertura de inquérito, o PSol pediu meu afastamento, depois hoje, pediu meu afastamento. A cada ato pedem, sempre com argumento de que é preciso. Não vejo nada demais. É tentar criar um constrangimento. Disputa política local que querem extrapolar para cá”, avaliou.
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