Em uma das declarações mais amenas em relação ao governo depois de ser citado na delação premiada do empresário Júlio Camargo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concordou com o termo “crisezinha política”, usado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, para definir a relação entre o presidente da Câmara e o Planalto. Para o presidente da Casa, também não existe uma crise institucional no Brasil:
“A palavra crise institucional é muito forte, muito dura. Ele (Michel Temer) tem razão. Ele não está diminuindo o papel de nenhuma situação”, disse.
Com outro comportamento em relação às investigações da Operação Lava Jato, esta foi a primeira vez que Eduardo Cunha evitou falar das denúncias relacionadas a ele. Quando questionado, se limitou a dizer que, agora, só responde a perguntas sobre política. Lava Jato será tratada por seus advogados
Eu só falo de política. Eu não falo sobre esse assunto mais. Se quiserem mais informações procurem o Dr. Fernando [se referindo a seu advogado]. Ele está à disposição.
Mesmo sem ser questionado sobre o levantamento realizado pela CNT/MDA, que identificou que 62,8% dos entrevistados são favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Cunha citou a pesquisa e adiantou que o tom da conversa com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), em um almoço realizado nesta segunda-feira (20), foi para avaliar o novo cenário exposto e trilhar o caminho a ser traçado pelo PMDB no próximo semestre, mas excluiu sua vontade pessoal, afirmando estar pensando no bem do partido:
“A minha militância pessoal não tem nada a ver com a minha militância dentro da Câmara. Com a divulgação dessa pesquisa a gente vê que realmente alguma coisa tem que ser mudada. É mais uma constatação que as coisas não estão caminhando bem”, enfatizou.
Depois de cancelar viagem que faria na manhã desta terça-feira (21) a São Paulo para se reunir o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Eduardo Cunha esteve na Casa para tratar de assuntos internos e administrativos . Toda a Câmara dos Deputados passa por reformas e adaptações de espaços internos. De acordo com ele, a mudança na programação foi por questões particulares, mas afirmou que pretende remarcar o encontro para a próxima segunda-feira, quando estará na capital paulista para um almoço do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE).
Cunha pretende encontrar com Alckmin para conversar sobre o pacto federativo e o ICMS: “Eu queria ouvi-lo porquê ele tem essas notas qualitativas que foram feitas no fim do ano. E eu estou estudando o pacto federativo e a proposta que tem de ICMS para poder tomar uma posição”, explicou.
Sobre as pautas que devem ser tratadas na primeira semana de agosto, no retorno do recesso parlamentar, estão discussões sobre o pacto federativo; FGTS; a finalização da PEC da reforma política; o segundo turno da maioridade penal e as Contas do governo.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião