O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (30) que conversou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas que o peemedebista “não disse nada” sobre a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Tribunal suíço publica decisão que negou recurso a Eduardo Cunha
O Tribunal Penal Federal da Suíça publicou nesta segunda (30) a decisão de 30 de outubro em que negou provimento ao recurso movido pela defesa do deputado Eduardo Cunha e da mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz, que visava invalidar a remessa de provas das contas secretas do congressista às autoridades brasileiras. A derrota judicial de Cunha foi revelada pela Folha de S.Paulo no último dia 7. Pela lei suíça, apenas cidadãos nacionais ou residentes no país têm direito de recorrer contra um ato de cooperação judiciária internacional entre a Suíça e outros países. Além de não acolher o recurso, o tribunal fixou em 6.000 francos suíços (R$ 22,4 mil) o valor das taxas a serem pagas pela defesa do congressista.
Esta semana termina o prazo estipulado pelo próprio Cunha para decidir se dá ou não prosseguimento aos pedidos de afastamento da presidente. “Isso [deflagrar o impeachment] é decisão dele. Conversei [com Cunha], mas ele não me disse nada a respeito disso”, disse Temer que, com a viagem de Dilma a Paris, é presidente da República em exercício até esta terça-feira (1º).
O Palácio do Planalto monitora com apreensão os movimentos de Cunha no início desta semana. O peemedebista já ameaçou algumas vezes deflagrar o impeachment de Dilma caso o Conselho de Ética da Câmara abra o processo para sua cassação com a ajuda dos votos de deputados do PT.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, Cunha fechou acordo de não agressão com o Planalto caso o PT não votasse contra ele no Conselho de Ética da Casa. Nos últimos dias, porém, os petistas têm dado sinais de que votarão contra o presidente da Câmara.
Ainda nesta segunda, Cunha concedeu uma entrevista a jornalistas para dizer que é vítima de “armação”.
O peemedebista considera que a nova denúncia contra ele, de que o BTG Pactual pagou R$ 45 milhões para que o banco de André Esteves tivesse interesses atendidos em emenda pode ter sido “plantada” justamente nos dias decisivos quanto à sua decisão sobre o impeachment de Dilma.
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