O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a dizer nesta sexta-feira (21) que não deixará o comando da Casa, apesar de ter sido denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Embora atribua a denúncia ao Planalto, Cunha também negou que vá promover retaliações ao governo Dilma Rousseff (PT) nas votações da Câmara.
“Tenho um mandato para o qual fui eleito e vou continuar exercendo até o último dia”, disse Cunha em evento promovido, em São Paulo, em que recebeu o apoio da Força Sindical. “Não há a menor possibilidade de eu não terminar meu mandato à frente da Câmara.”
Sobre os rumores de que promoveria retaliações contra o Planalto, ele negou. “Não há de minha parte nenhum intuito de elaborar nenhum tipo de retaliação”, disse em referência implícita às conversas de bastidor de que ele agilizaria pedidos de processo de impeachment contra Dilma. Ele disse ainda que não pretende retaliar na condução das pautas de votação, colocando em votação a chamada pauta-bomba, que aumenta os gastos públicos. “A Câmara toma suas decisões por maioria. O presidente não é dono da Câmara, nem sequer é dono da pauta. Vou continuar me comportando do mesmo jeito, não tenho que tomar medida de nenhuma natureza”, disse.
Novos detalhes
Apesar de Cunha ter reiterado que é inocente das acusações, novos detalhes da denúncia contra ele apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) reforçam as suspeitas da participação do deputado no esquema da Lava Jato. A PGR sustenta que os requerimentos da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito, repetiam até o vocabulário usualmente empregado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em documentos oficiais.
Alguns requerimentos de informação, feitos pela ex-deputada, teriam sido formulados na verdade por Cunha para achacar empresas para que pagassem propina.
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