A defesa do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu que o inquérito que investigará suas contas na Suíça passe a tramitar em sigilo. O advogado e ex-procurador Antonio Fernando de Souza alega que a imagem de Cunha está sendo exposta na imprensa, sem que ele tenha acesso ainda aos dados. Embora evite admitir que o cliente é o titular das contas noticiadas, o defensor de Cunha sustenta a divulgação das informações violam a dignidade dele e de sua família. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que sejam investigados, além do próprio Cunha, a mulher dele Cláudia Cruz e a filha Danielle Dytz.
O presidente da Câmara tem manifestado a aliados peemedebistas preocupação com o destino de sua mulher, Cláudia Cruz, e de sua filha Danielle, ambas com contas na Suíça. Nas conversas, Cunha afirmou que elas “não tem proteção legal”, ou seja, não têm foro privilegiado como ele, e que teme alguma ação do Ministério Público.
“Ele está muito preocupado com a família, paranoico com o fato de a mulher e a filha não terem imunidade”, relatou um peemedebista.
A despeito das declarações de Cunha de que não recebeu nem fez proposta ao governo sobre o arquivamento do impeachment, caso seja preservado pelo STF, um auxiliar presidencial disse que as conversas que vêm sendo mantidas desde a semana passada são “sutis” e que nada é colocado como preto no branco. O interlocutor comparou as negociações a um lento e calculado jogo de xadrez.
No PMDB, a avaliação é que se Cunha e o governo chegarem a um acordo, a oposição se beneficiará porque ficará livre para defender sem constrangimento o afastamento do presidente da Câmara e ainda colar sua imagem a uma negociação com a presidente Dilma para ambos se salvarem.
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