O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou “indignado” com o rompimento anunciado na manhã desta quarta-feira (11) pelo PSDB. Segundo aliados do peemedebista, ele considerou o ato uma “deslealdade” do partido, que se manteve, até então, como um de seus pilares de sustentação.
PPS deve seguir PSDB e anunciar rompimento formal com Cunha
Nesta manhã, os tucanos reiteraram o pedido para que Cunha se afaste da Presidência da Câmara. A decisão veio acompanhada de promessas de que o partido não participará mais de reuniões na residência oficial do peemedebista.
O partido passou a defender a cassação de Cunha caso ele não apresente ao Conselho de Ética provas contundentes de sua inocência no petrolão, para além do que já manifestou.
Um dos mais próximos a Cunha, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) avalia que a movimentação tucana como “pular do barco” e afirma que ela joga o peemedebista “nos colos do PT”.
Para Paulinho, o PSDB parece ter “desistido do impeachment” contra Dilma Rousseff ao decidir se afastar de Cunha. Isso porque, num primeiro momento, cabe ao presidente da Câmara a decisão, de forma monocrática, de dar prosseguimento ou não a um processo de impeachment.
Após o ato em que formalizou o afastamento de Cunha, os tucanos escalaram Nilson Leitão (MT), amigo do peemedebista, para ir até ele falar sobre a decisão do partido. O deputado teria explicado, na presença de outros parlamentares, que a medida se deu após nota da Executiva do Partido em tom mais crítico, que a bancada da Câmara tentou amenizar.
Publicamente, Leitão afirma que a conversa foi sobre a instalação da CPI da Funai.
PPS deve seguir PSDB e anunciar rompimento formal com Cunha
O PPS deverá seguir o PSDB e anunciar formalmente o rompimento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o líder do partido na Casa, Rubens Bueno (PR), a ideia é fazer uma reunião da bancada para fechar o discurso até o início da próxima semana. Bueno afirma que o encontro deverá ocorrerá somente na terça-feira, 17, pois não está conseguindo conciliar a agenda de todos os deputados da sigla.
O líder destacou que, embora ainda não tenha formalmente anunciado o rompimento, o PPS já vem adotando discurso contra Cunha desde o início de outubro. Ele lembrou que, no último dia 10, a legenda assinou nota juntamente com outros partidos da oposição pedindo o afastamento do peemedebista da Presidência da Câmara.
Com o surgimento de provas contundentes contra Cunha, a nota foi reiterada pelos opositores no dia 20 de outubro. Bueno lembrou que, na prática, o PPS já está rompido com Cunha. “Tanto que essa foi a terceira semana que não participamos da reunião de líderes na casa dele”, destacou.
Ele se refere às reuniões semanais, geralmente na hora do almoço, que líderes partidários têm com Cunha às terças-feiras. Para o deputado do PPS, as denúncias contra o peemedebista são “muito graves” e as explicações dadas por ele à imprensa, “muito frágeis”. Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), anunciou a ruptura formal da bancada com Eduardo Cunha, que é alvo de representação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Ele alegou que as provas contra o presidente da Câmara são contundentes e a defesa apresentada pelo peemedebista foi inconsistente. Para ele, as entrevistas que Cunha deu à imprensa no fim de semana foram um “desastre”.
DEM
Ontem, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), deu sinais de que o partido também poderá romper oficialmente com Cunha. Em entrevista à imprensa no fim do dia, o parlamentar elevou o tom das críticas à versão apresentada pelo peemedebista, avaliando que a defesa apresentada tem “vários furos”.
A ruptura formal do DEM, contudo, ainda não tem data para acontecer. O rompimento da oposição deve enfraquecer o presidente da Câmara. Isso porque, embora defendessem seu afastamento em nota, opositores davam sustentação ao peemedebista nos bastidores para estimulá-lo a deferir o pedido de impeachment da presidente Dilma. Somente o Solidariedade, partido comandado por Paulinho da Força (SP), aliado de Cunha, deve continuar apoiando-o publicamente.