A cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, J oão Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no final da tarde desta quinta-feira (23). O juiz federal Sérgio Moro determinou a soltura de Marice depois que a defesa apresentou uma declaração da esposa de Vaccari, Giselda Rousie de Lima, afirmando ser ela, e não a irmã, que aparece nos vídeos do banco Itaú realizando depósitos.
Marice estava presa na carceragem da PF em Curitiba desde a última sexta-feira (17), quando se entregou ao voltar de uma viagem ao Panamá. De acordo com as investigações, a cunhada é suspeita de auxiliar Vaccari para operacionalizar a propina destinada ao PT, no esquema de desvios de recursos da Petrobras. Ela nega as acusações.
Na terça-feira (21), o juiz federal Sérgio Moro prorrogou a prisão temporária por mais cinco dias, para que Marice pudesse explicar as gravações do banco Itaú para a Polícia Federal. O Ministério Público Federal, convencido de que Marice ocultava valores ilícitos da OAS, requereu sua prisão preventiva.
A força tarefa da Lava Jato sustenta que Marice aparece em imagens de segurança de uma agência bancária fazendo transferências de valores que teriam abastecido a conta de Giselda, mulher de Vacccari.
Juiz questiona vídeo sobre cunhada de Vaccari
Leia a matéria completaDe acordo com o advogado Cláudio Pimentel, Marice não prestou novos esclarecimentos à PF depois da prorrogação da prisão. “O mais importante desse episódio é que a liberdade é a regra”, disse Pimentel. “A exceção é a prisão”, completou.
Apesar do erro do MPF, o advogado de Marice evitou confrontar os investigadores. “Eu não tenho postura de confronto. A Justiça fez o papel dela, o Ministério Público fez o papel dele, o delegado fez o papel dele e eu fiz o meu papel como advogado”, disse Pimentel. A Polícia Federal vai periciar as imagens do banco.
Marice deixou a carceragem por volta das 17 horas acompanhada do advogado e não falou com a imprensa. Ela seguiu direito para o aeroporto, para voltar a São Paulo.