Representantes dos governos locais da Amazônia se comprometeram nesta sexta-feira (9) a criar metas de redução do desmatamento da floresta. Em um documento intitulado Carta de Manaus, eles pedem a implementação de projetos de Redução de Emissões Decorrentes de Desmatamento e Degradação (REDD) que abordem o aspecto socioambiental das reduções das emissões de gases de efeito estufa proporcionando benefícios para as comunidades da floresta e para o meio ambiente e com a participação dos municípios no controle local e na tomada de decisões.
O documento foi elaborado durante os três dias da Cúpula Amazônica de Governos Locais e teve como objetivo discutir a inclusão da Amazônia nas discussões internacionais sobre mudanças do clima. A carta será enviada a Copenhague, na Dinamarca, onde será realizada, em dezembro, a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15).
No documento, os governantes também declararam a necessidade da formulação de programas de compensação por serviços ambientais aliados ao manejo ou manutenção da cobertura florestal como agricultura familiar e outros que impliquem na melhoria do desenvolvimento humano das comunidades da região amazônica
Além disso, afirmam ser fundamental o acesso direto a recursos para o fortalecimento das capacidades locais de elaborarem projetos, produção de conhecimento científico e domínio de tecnologias para o monitoramento ambiental.
Os governos locais também se comprometem, na Carta de Manaus, a adotar metas municipais de redução de desmatamento e degradação florestal negociadas com os diversos setores da sociedade.
Outro ponto que consta no documento é a criação do Fórum Permanente de Governos Locais da Amazônia para Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável que permita a troca de experiências e a solidariedade entre os governos, com poder deliberativo, a ser reconhecido pela Comunidade Internacional e Governos Nacionais.
O secretário-geral da Federação Latino Americana de Cidades Municípios e Associações (Flacma), Guillermo Tappia, definiu a Carta de Manaus como a evidência de nossos anseios, demandas e compromissos.
Já a diretora regional do Iclei da América Latina, uma associação de governos locais voltadas ao desenvolvimento sustentável, Laura de Macedo, disse esperar que agora as cidades sejam vistas como guardiãs da floresta junto com as comunidades tradicionais.
A Cúpula Amazônica de Governos Locais foi promovida pela Confederação Nacional de Municípios, Associação Amazonense de Municípios e pela prefeitura de Manaus.
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