A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que a construtora Odebrecht, acusada de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrbras, presenteou com quadros e pinturas “de alto valor” ex-dirigentes da estatal, entre eles os ex-presidentes José Sergio Gabrielli (2005-2012) e Graça Foster (2012-2015).
Na denúncia que apresentou à Justiça Federal na sexta-feira (24) contra o presidente da maior empreiteira do país, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do grupo, o Ministério Público Federal destaca que apreendeu documento na sede da construtora intitulado “Relação de Brindes Especiais-2010”.
O documento traz “listagem de diversos funcionários da Petrobras, o cargo por eles ocupado e a diretoria a que são vinculados e o respectivo ‘brinde’ recebido”. Os procuradores que subscrevem a denúncia atribuem à Odebrecht pagamento de R$ 389 milhões em propinas para ex-diretores da Petrobras que ocuparam cargos estratégicos na estatal, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços).
Os procuradores afirmam que Rogério Araújo, alto executivo da empreiteira – afastado do cargo depois que foi preso, em 19 de junho, junto com o líder da companhia –, exercia o papel de “remetente da totalidade dos presentes”. Os procuradores concluíram que, pelas anotações, os “brindes” seriam pinturas de artistas como Alfredo Volpi, Cildo Meireles, Armando Romanelli e Oscar Niemeyer.
“A listagem é formada tão somente por funcionários do alto escalão da Petrobras. Como seu presidente à época, José Sergio Gabrielli de Azevedo, os diretores Maria das Graças Foster (na época, diretora de Óleo e Gás), Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Luiz Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional), além do então gerente executivo de Engenharia Pedro Barusco”, assinala a Procuradoria da República.
Gabrielli e Graça Foster foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se manifestar.
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