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Feliciano é criticado por ter posições polêmicas - algumas consideradas preconceituosas - em relação a homossexuais e negros | Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Feliciano é criticado por ter posições polêmicas - algumas consideradas preconceituosas - em relação a homossexuais e negros| Foto: Alexandra Martins / Câmara dos Deputados

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A eleição do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados deve gerar protestos em pelo menos oito cidades brasileiras, inclusive Curitiba, neste sábado (9). O ato de repúdio à eleição está sendo organizado por meio do Facebook.

A concentração, em Curitiba, será na Praça Santos Andrade, no Centro, às 14 horas. Até as 9 horas de sexta-feira, 1.450 pessoas já tinham confirmado presença por meio da rede social.

Os organizadores do evento deixam claro que não se trata de um ato antirreligioso e que demonstrações de ódio religioso não serão toleradas.

Além de Curitiba, protestos devem ocorrer em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Brasília, Salvador e Fortaleza.

O deputado

Conhecido por suas posições radicais e conservadoras em relação a homossexuais, negros e ao aborto, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), eleito ontem para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de estelionato. Feliciano é acusado de ter inventado um acidente no Rio de Janeiro para justificar a ausência em evento no Rio Grande do Sul, para o qual já havia recebido cachê, passagens e hospedagem.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o deputado deveria comparecer no dia 15 de março de 2008 ao Estádio Municipal Silvio de Farias Correia, em São Gabriel (RS), para um show gospel que reuniu 7 mil pessoas. O hoje deputado, estrela principal da festa, faria o encerramento do evento com uma pregação.

Dona da produtora responsável pelo show gospel, a advogada Liane Pires Marques disse que pagou tudo o que foi exigido. Mas Feliciano não compareceu. A advogada conta que ficou desmoralizada, foi xingada pelos presentes e nunca mais conseguiu organizar um show.

Marco Feliciano disse que de fato foi contratado para o show, mas houve um contratempo e não pôde comparecer. "Dias depois, recebi uma intimação judicial. A empresa cobrava R$ 1 milhão de prejuízo. Eu não paguei, é óbvio. Eles haviam adiantado R$ 8 mil para a viagem. Eu então tentei devolver o dinheiro, mas não consegui. Tive de entrar na Justiça e já ressarci os prejuízos, com correção monetária". Ele não soube explicar por que o processo ainda está no STF, pois, na sua opinião, já deveria ter sido extinto, visto que devolveu o dinheiro.

A indicação de Feliciano é atribuída a uma articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), integrante da bancada evangélica, e a um acordo de bancadas da Casa – que decidiram dar ao PSC a presidência da comissão. Candidato único, Feliciano conquistou 11 dos 18 votos possíveis. Apesar de ter apoio da maioria da comissão, o parlamentar também sofre oposição dentro do colegiado. Ontem, em represália à indicação do nome de Feliciano, deputados do PT e do PSol deixaram o plenário da comissão negando-se a votar nele.

A eleição de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos também sofre resistência de grupos de defesa de minorias. Integrantes de movimentos sociais fizeram protestos nos corredores da Câmara contra a eleição do deputado. Eles foram impedidos de entrar no local onde ocorreu a votação.

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