Quatro grupos distintos marcaram manifestações públicas para a tarde de domingo (17), em Curitiba, que devem se estender até a votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados.
Três destes atos estão diretamente relacionados aos acontecimentos políticos: serão promovidos por grupos favoráveis (dois) ou contra (um) o processo de impedimento. Por causa disso, a Polícia Militar (PM) preparou um esquema de segurança, com o reforço do policiamento em três turnos. Os manifestantes não poderão sair em passeata.
MAPA: Veja onde serão as manifestações em Curitiba no domingo (17)
Um dos atos pró-impeachment será realizado na Praça Santos Andrade, com organização do Movimento Brasil Livre (MBL). O grupo instalará dois telões, por meio dos quais os manifestantes poderão acompanhar ao vivo a votação do processo contra a presidente.
Até sexta-feira (15), 8 mil pessoas haviam confirmado presença no ato, pelo Facebook. “Agora, não tem como eles se sustentarem. O governo vai levar uma lavada. O evento vai acabar sendo uma festa da democracia”, disse Eder Borges, líder do MBL.
A 1,5 quilômetro dali, na Praça Rui Barbosa, devem se reunir os contrários ao impeachment. Batizado de “Na democracia cabem todas as cores”, o ato foi convocado pela Frente Brasil Popular,que congrega movimentos sociais e partidos de esquerda. Também haverá telões, com transmissão da votação da Câmara, além de outras atividades culturais. Na sexta, havia 700 confirmados, pelo Facebook.
Outro grupo pró-impeachment, coordenado pelo Movimento Curitiba Contra a Corrupção, se reunirá em frente ao prédio da Justiça Federal, no Ahú. Até sexta, mil pessoas haviam confirmado presença no ato. Parte dos manifestantes estão acampados no local.
No interior
Grupos pró-impeachment marcaram manifestações também em cidades do interior, como Ponta Grossa, Londrina, Irati, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu, Dois Vizinhos, Maringá e Guarapuava, segundo o Movimento Brasil Livre.
No mesmo horário, manifestantes da Marcha da Maconha se concentrarão na Praça Osório, no Centro. O único ato que não está diretamente relacionado ao processo de impeachment também será o único com autorização para se deslocar. A PM definiu um trajeto que evite que a passeata encontre outros grupos de manifestantes.
Policiamento
Por questões de segurança, a Polícia Militar não divulga o efetivo que será usado no policiamento das manifestações deste domingo (17), mas destacou que reforçou a equipe. Além de agentes do 12.º Batalhão (responsável pela área), a operação vai contar com policiais do 13.º, 20.º e 23.º Batalhões, além do Batalhão de Trânsito, Polícia Montada e Patrulha Escolar. A Guarda Municipal e o Batalhão de Policiamento Aéreo também vão participar da ação. A operação começa às 10 horas, com reforços às 15 horas e às 17 horas.
“Vamos colocar um efetivo um pouco maior que em outras manifestações. O que esperamos é que as pessoas venham às ruas, mas que deem um exemplo de cidadania, que se respeitem, sem vandalismos ou rixas”, disse o coronel Antonio Zanatta Neto, comandante do 12.º Batalhão.
Além do policiamento ostensivo, a PM vai destacar agentes do serviço de inteligência, que ficarão à paisana entre os manifestantes, para identificar possíveis focos de distúrbios. “Se for necessário usar um pouco mais de energia para conter ânimos, também teremos o Batalhão de Operações Especiais, que estará de prontidão, para o caso de situações específicas”, afirmou o coronel.
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