A Gazeta do Povo começa a publicar nesta terça-feira (8) uma série com curitibanos que vão e que não vão às manifestações do próximo domingo (13). Cada um apresenta seus motivos.
Eu vou! - Alvaro Divardin
O jornalista Alvaro Divardin, 41, acompanha os protestos de oposição ao governo Dilma Rousseff desde que eles começaram e participou de quase todos por acreditar que é importante assumir uma postura diante do que vem acontecendo no país, tanto que leva o que chama de “kit protesto”, com camiseta, faixa e bandeira do Brasil dentro do carro.
“Fazer política não é uma tarefa apenas dos políticos, mas um direito e um dever de todos os cidadãos”, disse. Para Divardin, as manifestações podem e devem ser feitas por diversos setores da sociedade.
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Leia a matéria completa“Fazer manifestação não é um monopólio dos movimentos de esquerda, é importante trazer uma nova categoria de pessoas que não estavam acostumadas a ir para a rua. Todas as pessoas, liberais ou conservadoras, de direita ou de esquerda tem o direito de protestar”, afirmou.
Divardin, que afirma não concordar com a forma de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), afirma que este é um momento em que a política deve ser debatida, mas sem radicalismos. “Eu não concordo com o Estado inchado porque a corrupção acaba sendo maior, para sustentar a máquina estatal em volta do partido”, disse.
Para ele, a única forma de mudar a realidade é incentivar que o povo saia às ruas, sem violência. “Esse é um momento de debate, de incentivar protestos, seja qual for. A única coisa que os políticos temem é o povo nas ruas”, completou.
Fazer manifestação não é um monopólio da esquerda.”
Não vou! - Rafael Monteiro
O roteirista Rafael Monteiro, 31, tem costume de participar de protestos políticos, mas optou por não ir às ruas no dia 13 de março por não concordar com a forma que as pautas estão sendo colocadas e por não se sentir representado.
Monteiro, que se identifica com a ideologia de esquerda, afirma que foi a protestos que criticavam as políticas sócio-econômicas adotadas pela presidente Dilma Rousseff, mas acredita que a governante deve ser mantida no poder.
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Leia a matéria completa“Apesar de eu ter discordâncias e criticar, provavelmente até com mais argumentos do que a oposição, o governo Dilma, defendo a democracia e a legitimidade dos votos que a elegeram”, disse, afirmando que tem medo da intolerância ideológica que tem se desenhado nos últimos protestos e afirmou já ter sido ameaçado por demonstrar suas preferências políticas.
“Adoraria que tivéssemos uma oposição política real no país que nos engrandecesse enquanto democracia. Mas não essa oposição que, ao invés de se opor ao governo, paralisa-o para instaurar o caos político para fins políticos”, afirmou.
Monteiro afirma que os protestos marcados, sejam eles oposicionistas ou governistas, devem ser parte de uma mudança “Realmente acredito que as manifestações do dia 13 de março, sendo tanto oposicionistas quanto governistas, irão ditar e reorganizar os rumos da nossa democracia e do governo nacional”.
Defendo a democracia e a legitimidade dos votos que elegeram Dilma.”
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