Marcas do tiro contra carro de Valdir Rossoni: polícia investiga o caso| Foto: Nani Gois/Alep

O tiro que atingiu o carro do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), na noite de sexta-feira, pode aumentar os custos com o aluguel de carros de luxo para fazer a segurança dos deputados estaduais. O Gabinete Militar da Assembleia, responsável pelo serviço de segurança da Casa, vai sugerir que mais um Omega Fittipaldi, com valor de mercado de R$ 120 mil, seja locado pelo Legislativo.

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Além disso, o responsável pelo gabinete militar, tenente-coronel da Polícia Militar Arildo Luis Dias, também vai reforçar a sugestão para que os deputados usem carros blindados. A estimativa de aumento de custo do aluguel dos carros não foi divulgada. O presidente da Assembleia também não deu entrevistas para confirmar se acatará as sugestões do tenente-coronel.

Na semana passada, a As­­sembleia já havia anunciado uma licitação para alugar nove carros, com custo anual de aproximadamente R$ 400 mil. Dos veículos, três seriam de luxo. No entanto, para o gabinete militar, os seguranças que acompanharem Rossoni precisarão usar um carro idêntico ao dele, para que seja possível confundir alguém que tivesse a intenção de atacar o presidente do Legislativo.

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Na sexta passada, o carro de Rossoni foi atingido por um tiro de espingarda que espalha projéteis de chumbo, enquanto fazia o trajeto entre União da Vitória e Bitu­­runa, no sul do estado, pela PR-170. Rossoni não estava no carro e ninguém ficou ferido. A polícia está investigando o caso.

De acordo com o tentente-coronel Arildo, o novo plano técnico de segurança afeta os três deputados que compõem a Mesa Diretora da Casa: além de Rossoni, também estariam incluídos o primeiro e o segundo-secretários, Plauto Miró (DEM) e Reni Pereira (PSB). O documento será apresentado na próxima segunda-feira. O militar disse que também irá cobrar uma postura de respeito às regras de proteção sugeridas aos parlamentares. Os três deputados que compõem a Mesa Diretora levaram ontem uma espécie de "puxão de orelha" por serem "despreocupados" com o esquema de segurança.

O tenente-coronel defendeu ontem as características dos automóveis para a licitação. "Eu não posso transitar numa rodovia em que todos os veículos têm capacidade de me alcançar e me interceptar. Eu tenho que ter um carro que me dê condições de suportar uma batida e continuar andando", falou. O militar disse que a sugestão de incluir carros mais caros na licitação partiu dele.

Custos

Arildo Dias negou que este novo plano de segurança aumente significativamente os custos para a Assembleia. Também negou que o novo plano aumente o número de 25 policiais militares que fazem a segurança da As­­­sembleia e compõem o Gabinete Militar. "Não vou aumentar para não gerar mais especulações [de gastos desnecessários]."

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O presidente da Assembleia chegou a afirmar neste fim de semana, depois das críticas à licitação dos carros, que ele próprio blindaria um carro para seu uso pessoal. "Vou comprar um carro e blindar, tudo com o meu dinheiro." No entanto, se o carro for alugado pela Assembleia de uma empresa terceirizada, como previsto na licitação, o custo da blindagem provavelmente teria de ser arcado também pelo Le­­gislativo.