O voto no candidato Bruno Meirinho (PSol) custou menos que uma passagem de ônibus. Já o prefeito Luciano Ducci (PSB) gastou, por voto recebido, quase o valor de uma corrida de táxi da Praça Osório, no Centro da capital, até o município de Campo Magro. Os dados foram calculados com base na divisão entre as despesas declaradas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o número de votos recebidos. Em média, cada voto do primeiro turno custou R$ 23,81. No segundo turno, caiu para R$ 7,34.
Quando se elegeu prefeito de Curitiba, em 2008, Beto Richa (PSDB) gastou R$ 8.895.192,02 (valor corrigido com base no IPCA de novembro de 2012). Cada um dos 778.514 votos que recebeu na época custaria R$ 11,04. O valor é quase cinco vezes menor que o gasto por seu sucessor, Ducci, que teve um voto para cada R$ 54,82 que investiu.
Os custos de campanha cresceram cerca de R$ 4 por voto entre as eleições de 2008 e as deste ano em Curitiba. Em grande parte, a diferença se dá pelo elevado valor da campanha de Ducci, que foi a mais onerosa dos dois últimos pleitos. "Quanto mais um candidato tem que convencer os eleitores, mais gasta na campanha", diz o cientista político da UFPR, Fabrício Tomio. Para ele, Beto Richa já estava consolidado e por isso não precisou gastar tanto.
Comparando o desempenho dos dois candidatos que disputaram o segundo turno na capital, Tomio explica que o custo de campanha de Gustavo Fruet (PDT) se diluiu (de R$ 8,67 para R$ 5,81) porque ele mais que dobrou o número de votos.
Custo-benefício
A campanha de Bruno Meirinho pode ser considerada como a melhor "custo-benefício" deste ano. Gastando pouco mais de R$ 20 mil, ele conseguiu alavancar 8.878 votos. Apesar de ter ficado longe do segundo turno, Meirinho conseguiu aprimorar o resultado obtido nas eleições de 2008. Na época, ele gastou R$ 6,87 por eleitor. Neste ano, o valor caiu para R$ 2,26. "Nossa campanha é organizada pelos militantes", afirma Meirinho.
InteriorVencedores gastaram menos do que os seus concorrentes
Amanda Audi e Anderson Gonçalves
A maioria dos candidatos que ganharam a eleição no segundo turno no Paraná gastou menos por voto recebido que os seus concorrentes diretos. Apenas em Maringá o candidato Carlos Roberto Pupin (PP) teve que desembolsar mais por voto do que Ênio Verri (PT). O valor de cada voto foi obtido dividindo as despesas de campanha pelo número de votos recebidos.
Em Cascavel, o voto no vencedor do segundo turno, Edgar Bueno (PDT), custou menos da metade do que o do seu concorrente, Professor Lemos (PT). Bueno gastou durante a campanha R$ 1.012,026,36 e teve 88.827 eleitores, o que lhe confere um custo de R$ 11,40 por voto. Lemos somou 71.035 votos e investiu R$ 1.847.946,74 na campanha o equivalente a R$ 26 por voto.
O voto em Alexandre Kireeff (PSD), que se elegeu em Londrina, custou R$ 6,50, valor quase três vezes mais barato que o de seu opositor, Marcelo Belinati (PP).
Com informações de Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel.
GastosVeja quanto custou o voto no interior:
Londrina (2º turno)
Alexandre Kireeff (PSD) - R$ 6,50Marcelo Belinati (PP) - R$ 15,72Soma dos gastos: R$ 5.765.289,38Votos válidos: 279.076Média: R$ 20,66 por voto
Maringá (2º turno)
Ênio Verri (PT) - R$ 22,24Carlos Roberto Pupin (PP) - R$ 24,28Soma dos gastos: R$ 3.661.190,85Votos válidos: 197.128Média: R$ 18,57
Ponta Grossa (2º turno)
Marcelo Rangel (PPS) - R$ 16,87Péricles de Mello (PT) - R$ 26,63Soma dos gastos: R$ 3.810.567,12Votos válidos: 175.540Média: R$ 21,70 por voto
Foz do Iguaçu
Chico Brasileiro (PCdoB) - R$ 14,80Elvis Gimenes (PTdoB) - R$ 19,70Reni Pereira (PSB) R$ 22,57Soma dos gastos: R$ 2.656.924,41Votos válidos: 140.574Média: R$ 18,90 por voto
* Não consta no site do TSE a prestação de contas do candidato Dr. Aiex (PSOL)
Cascavel (2º turno)
Edgar Bueno (PDT) R$11,40Professor Lemos (PT) R$ 26,00Soma dos gastos: R$ 2.859.973,10Votos válidos: 159.862Média: R$ 17,89 por voto
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