A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou nota nesta segunda-feira, intitulada "Por um salário mínimo digno", na qual defende um reajuste para R$ 400 em 2006 e afirma que a possibilidade de um salário mínimo acima de R$ 321, previsto na proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso, já é uma vitória da mobilização dos trabalhadores. Segundo a nota, se não fosse a II Marcha Nacional do Salário Mínimo, que chegou a Brasília no dia 29 passado, as discussões no Congresso não teriam chegado a um valor entre R$ 350 e R$ 400.
"Queremos sim, R$ 400 para o mínimo em 2007. Mais que isso, exigimos que até o ano que vem seja apresentado um projeto de valorização permanente do salário mínimo, a ser adotado como política de Estado, acima de posições políticas ou orientações econômicas. A CUT persegue o salário mínimo preconizado pelo Dieese, estimado atualmente em R$ 1.458,42. Mas, em lugar de fazer dessa justa luta um mero palanque, damos-lhe consistência e nossa parcela de esforço para torná-la realidade", diz a nota, assinada pelo presidente da CUT, João Antônio Felício.
A nota diz que isso também ocorreu em 2004, "quando a pressão do movimento sindical impediu que o salário-mínimo estacionasse em R$ 260, como sinalizado pelo governo", e atingisse os R$ 300 atuais.
"Pressionamos o governo, contrariamos as orientações de técnicos da equipe econômica e avançamos", diz a nota.
Segundo a CUT, outro resultado das mobilizações dos trabalhadores foi a mudança do calendário político sobre o salário-mínimo.
"Hoje, a questão é debatida antes de a peça orçamentária da União ser votada. Antes, o assunto era postergado para março/abril, pouco antes da tradicional data em que o reajuste do mínimo é anunciado - 1º de maio - quando pouco espaço havia para avanços. Entrava então em cena a demagogia de muitos que jamais contribuíram para dignificar o salário mínimo", diz a CUT.
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