Centenas de pessoas marcharam pelo centro de Porto Alegre na manhã de hoje em mais uma edição do Grito dos Excluídos, ato que reúne movimentos sociais.

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Antes da passeata, um dirigente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) usou o carro de som da entidade para pedir que os manifestantes não usassem cartazes contra a corrupção distribuídos por um engenheiro na concentração para o ato.

Os cartazes, feitos de plástico, tinham mensagens como "Fim da corrupção", "Menos políticos" e "Mais saúde".

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O locutor do carro de som disse ao público que a iniciativa era de "coxinhas" e pediu que os apoiadores dessa causa fossem para outra parte da praça onde ocorria a concentração.

Falou ainda que a "elite" tentava se misturar ao movimento tendo "interesses reacionários de partidos conservadores". Mas não houve bate-boca entre os dois grupos.

No mesmo ponto onde ocorreu o início do Grito dos Excluídos, havia sido marcado um ato pelo Facebook contra a corrupção.

O autônomo Airton Rodrigues, 54, foi ao local, acabou não participando da marcha e afirma que o movimento sindical "desrespeitou" a democracia com a atitude. "Fomos abafados pelo poder do sindicalismo", disse.

O autor dos cartazes foi o engenheiro Sérgio Ribeiro, 76. Ele afirma que produziu mil placas com as mensagens porque considera importante a população se manter mobilizada, como ocorreu em junho. "O nosso movimento está dando medo nos políticos", disse.

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Ribeiro e o filho distribuíram os cartazes de plástico também entre o público que acompanhou o desfile militar na região central da capital gaúcha. Eles não quiseram revelar o custo da iniciativa.

Grito

Sem os manifestantes contra a corrupção, o Grito dos Excluídos teve reivindicações como reforma política e reforma agrária.

Uma das alas fez um protesto específico contra a TV Globo. Os manifestantes também pediam "democratização da mídia". Participaram ainda integrantes de movimentos estudantis, sem-terra e o Levante Popular da Juventude, que promove atos pela punição a crimes da ditadura.

No início da tarde, manifestantes fecharam uma avenida em um protesto em frente à sede do grupo RBS, em Porto Alegre. Não houve tumulto.

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