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A crise no Congresso Nacional, iniciada com denúncias de pagamento de mesada para deputados federais votarem com o governo, vem animando vereadores curitibanos. Muitos acreditam que o descrédito da população com os atuais deputados deve causar uma renovação grande na Câmara Federal. Com isso, vereadores planejam saltar do parlamento municipal para o federal.

Os vereadores estão acompanhando o desenrolar das CPIs em Brasília para decidir o futuro político. Mas muitos já consideram a opção de se lançar candidato a deputado federal e até mesmo ao Senado. O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), está empolgado. "As denúncias que pipocam todos os dias nos meios de comunicação só reforçam que o Brasil e o Paraná precisam de uma nova oxigenação política", diz Derosso.

A comprovação da necessidade de novas caras em Brasília pode fazer com que o presidente da Câmara de Curitiba desista de concorrer ao cargo de deputado estadual e se lance a deputado federal.

Candidatos de partidos de oposição ao governo Lula, como PSDB e PFL, acreditam que serão beneficiado pelas denúncias contra o PT que pode entrar desgastado na campanha do próximo ano. "A verdadeira oratória do PT está sendo mostrada para o Brasil. Hoje ninguém acredita que a legenda vá fazer o mesmo estardalhaço de 2002 e abre espaço para a chegada de novas lideranças regionais", diz Luís Ernesto, que também estuda a possibilidade de sair candidato a deputado federal. Neste mesmo caminho está indo Fábio Camargo que acha que o PFL vai ter vantagens eleitorais no próximo ano.

O novato na Câmara Manassés Oliveira (PSB) já sonha com um gabinete no Congresso Nacional. "Sou do movimento sindical e é no Congresso Nacional que são decididas questões importantes para os trabalhadores, como a reforma da CLT e aumento do salário mínimo. A esfera federal amplia a possibilidade de conseguirmos avanços", diz o vereador, que acredita no poder da Força Sindical, central sindical da qual faz parte, para conseguir ao menos 80 mil votos para se eleger deputado federal. Seu companheiro de central, Sérgio Butka, que em 2002 saiu candidato a federal, no próximo ano deve concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa, fazendo uma dobradinha com Manassés.

Mas o que está motivando esse salto alto, da Câmara Municipal para o Congresso, é a expectativa de mudança no quadro de políticos. "A nossa avaliação é que o ano que vem vai ser positivo. O povo vai querer mudança de políticos", diz Manassés.

A vereadora Nely Almeida (PSDB) crê ter chances de vencer uma disputa que promete ser grande contra o atual senador Alvaro Dias e o deputado estadual Hermas Brandão. Sabendo que vai ter de se estruturar para vencer a indicação da cadeira ao Senado, Nely já tem tática e cronograma para conseguir votos suficientes e ficar com a indicação. "O Hermas e o Alvaro estão em vantagem e preciso correr contra o tempo para ser a escolhida", avisa Nely Almeida.

Esta não é a primeira vez que Nely tenta trocar o parlamento de Curitiba pelo de Brasília. Em 2002, a vereadora saiu candidata pelo nanico PSC e conseguiu aproximadamente 60 mil votos. Na época, apareceu pouco na televisão, já que o partido tinha apenas 40 segundos de programa eleitoral.

Outro que pretende ser candidato ao Senado é Paulo Salamuni. Em seu quinto mandato como vereador, trocou o PMDB pelo PV e um dos motivos da escolha do novo partido foi ter conseguido o compromisso de que será candidato a senador. Podem ainda ser candidatos a deputado federal os vereadores Sabino Picolo (PFL), Jairo Marcelino (PDT) e Roseli Isidoro (PT).

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