O ano de 2016 vai entrar para a história como um dos mais emblemáticos na política brasileira. A crise, que se esperava que desse uma trégua depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), acabou se agravando ainda mais. E a política reservou diversas surpresas ao longo dos 12 meses – principalmente as prisões de figurões em todo o território nacional. Apesar de grande parte dos políticos terem sido presos em fases da Lava Jato, houve prisões por outros motivos também. Confira:
Osmar Bertoldi (DEM)
O suplente de deputado federal Osmar Bertoldi foi preso em janeiro, acusado de agredir a ex-namorada. Bertoldi teria tentado se aproximar diversas vezes da ex-companheira, apesar da proibição de chegar perto da residência da vítima, que estava entre as medidas protetivas previstas pela Lei Maria da Penha impostas ao político em dezembro do ano passado. Bertoldi foi absolvido no processo e mais tarde assumiu uma cadeira na Câmara de Deputados.
Silvinho Pereira (PT)
O ex-secretário do PT Silvio Pereira foi preso na deflagração da Operação Carbono 14 – 27ª fase da Lava Jato. A operação trouxe à tona um dos grandes esqueletos no armário do PT: o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André. A força-tarefa passou a investigar um empréstimo de R$ 12 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai. Parte do dinheiro teria sido entregue a um empresário do ABC Paulista, que cobrou R$ 6 milhões para não envolver o ex-presidente Lula no assassinato de Celso Daniel. Ele responde a um processo na Lava Jato em Curitiba.
Gim Argello (PTB)
O ex-deputado federal foi preso na Operação Vitória de Pirro, uma das etapas da Lava Jato, em abril. Ele foi acusado de cobrar propina para não convocar empresários envolvidos no esquema de cartel investigado na CPI da Petrobras no Congresso, na qual ele era vice-presidente. O ex-senador foi condenado em outubro a 19 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro e o caso acabou dando o pontapé inicial para a Operação Deflexão, deflagrada em dezembro, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Marco Maia (PT) e ao ex-senador e ministro do TCU Vital do Rêgo, relator e presidente da CPMI, respectivamente.
João Claudio Genu (PP)
O ex-tesoureiro do PP foi preso em maio na Operação Repescagem, 29ª fase da Lava Jato. Genu foi assessor do deputado paranaense José Janene (PP), morto em 2010. Mais tarde, foi condenado por Moro a 8 anos e 8 meses de prisão por envolvimento no esquema de propinas na Petrobras.
Paulo Bernardo (PT)
O paranaense Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma e marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT) foi preso em junho na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato investigado por São Paulo. O ex-ministro foi preso por envolvimento em um esquema envolvendo contratos da Consist com o Ministério do Planejamento. Pouco menos de uma semana depois da prisão, Bernardo foi liberado por uma decisão do STF.
Guido Mantega
Preso em setembro na Operação Arquivo X, a 34ª fase da Lava Jato, o ex-ministro da Fazenda ficou apenas algumas horas preso. Isso porque a Polícia Federal prendeu Mantega enquanto ele acompanhava a esposa em uma cirurgia em São Paulo. Ao ser informado da cirurgia, o juiz Sergio Moro mandou soltar o ex-ministro. O caso ainda não virou denúncia na Lava Jato.
Antônio Palocci
Menos de uma semana depois da prisão de Mantega, o ex-ministro Antônio Palocci foi alvo da Polícia Federal na Lava Jato, na Operação Ormetà – que investigava a relação de políticos com a Odebrecht, empresa envolvida no esquema da Petrobras. O ex-ministro responde a um processo na Lava Jato, aos cuidados do juiz Sergio Moro.
Eduardo Cunha (PMDB)
O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi preso em outubro na Lava Jato. Ele foi acusado pela força-tarefa de atrapalhar as investigações – motivo, inclusive, que havia motivado o afastamento dele do cargo de deputado pelo STF antes de ele ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Cunha responde a um processo na Lava Jato em Curitiba por envolvimento em contratos ilícitos da Petrobras.
Antony Garotinho (PR)
O ex-governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho (PR) foi preso em novembro pela Polícia Federal do Rio de Janeiro. Ele é acusado de compra de votos em Campos, município onde exercia o cargo de secretário de Governo. Segundo o MPF, o ex-governador “coagiu e constrangeu mediante grave ameaça” duas testemunhas “com o fim de satisfazer interesses em investigação policial”.
Sérgio Cabral (PMDB)
O ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB) foi preso um dia depois da prisão de Garotinho. A prisão de Cabral foi motivada pelas investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro. O ex-governador é investigado por desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo estadual do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado é de pelo menos R$ 224 milhões.
Marcelo Araújo
Ex-secretário municipal de Trânsito de Curitiba, Marcelo Araújo foi preso no dia 20 de dezembro na Operação Lomax, da Polícia Civil. A ação teve como foco crimes de extorsão que chegaram a R$ 5 milhões. Segundo a polícia, as vítimas são empresários, políticos e até artistas de televisão. Ele foi liberado depois que a Justiça concedeu um habeas corpus no dia 22 de dezembro.
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