A pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (22), que aponta pela primeira vez nos levantamentos do instituto o empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) com 37% das intenções de voto, foi recebida com satisfação pela coordenação da campanha petista e também pela presidenciável Marina Silva. A candidata do PV aparece na sondagem com 12% das intenções de voto. Em viagem ao interior de São Paulo, Serra evitou comentar os números.
Marina não escondeu estar motivada com o resultado. "Estamos só no começo, mas é um bom começo", disse. Para ela, a leitura mais importante a ser feita dos dados é que os eleitores não vêem a corrida presidencial polarizada apenas entre tucanos e petistas.
"Tem muita água para rolar debaixo dessa ponte. É muito bom que a sociedade brasileira está se dispondo a romper o plebiscito", afirmou. Marina admitiu que é normal neste primeiro momento o destaque para a candidata petista, por já ser conhecida por sua atuação como ex-ministra ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, ela espera que os debates e a maior exposição das propostas possam mudar o quadro. "Confio muito naquilo que elas (as pessoas) vão começar a conhecer."
No Twitter, Dilma não fez nenhuma referência à pesquisa nas três postagens feitas neste sábado (23). Ela está em viagem a Nova York onde participou da entrega de um prêmio para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. No Brasil, a avaliação da pesquisa coube ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. "Tenho repetido exaustivamente que pesquisa não se comemora nem se lamenta", disse.
PT destaca espontânea
Demonstrando cautela, mas sem disfarçar o otimismo, ele ressaltou que é preciso notar que todas as últimas pesquisas convergem para o crescimento de Dilma e a queda de Serra. Para ele, o principal dado a ser notado no levantamento Datafolha é que, na pesquisa espontânea, Dilma está na frente além da margem de erro. A petista alcança 19% contra 14% de Serra.
O presidente do PT avalia que esse quadro de equilíbrio entre os candidatos deve se manter nas próximas semanas. "Vamos chegar no início da campanha com situação de equilíbrio, não vai acontecer muita coisa relevante até julho", afirmou, lembrando que a Copa deve monopolizar as atenções no país.
Em seu perfil no Twitter, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, um dos coordenadores da campanha petista, comemorou: "amigos, o Datafolha também reconhece: Dilma sobe e Serra cai. O Brasil não quer mudar de rumo, nem de projeto", disse.
Cachoeira Paulista
O tucano José Serra cumpre neste sábado agenda no interior de São Paulo. De acordo com reportagem de O Globo Online, o presidenciável evitou comentar os dados do levantamento que confirmam a tendência de crescimento de Dilma. "Não comento pesquisa porque pesquisa vai e vem", disse. O G1 entrou em contato com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, para comentar a pesquisa e aguarda retorno.
Pesquisa
Segundo a pesquisa, tanto Dilma quanto Serra somam 37% da preferência do eleitor. A pré-candidata Marina Silva (PV) segue em terceiro lugar, com 12% das intenções de votos. Na comparação com a última pesquisa Datafolha, realizada em 15 e 16 de abril, Dilma teve uma alta de sete pontos percentuais - de 30% para 37%. Já Serra caiu cinco pontos, saindo de 42% para os mesmos 37%.
Na pesquisa espontânea, Dilma tinha 8% em dezembro. Em abril, estava com 13%. Agora, foi a 19% e está isolada em primeiro lugar. José Serra alcança 14%. Também na pesquisa espontânea, há também 5% que dizem ter intenção de votar em Lula, que não pode ser candidato. Outros 3% declarar querer votar no "candidato do Lula". E 1% respondem "no PT" ou no "candidato do PT".
Em tese, portanto, o potencial de voto espontâneo em Dilma pode ser de 28% - os seus 19% e mais outros 9% dos que desejam votar em Lula, em quem ele indicar ou em um nome apresentado pelo PT.
A pesquisa da Datafolha foi feita nos dias 20 e 21 de maio com 2.660 eleitores. Ela foi registrada no TSE sob o número 12044/2010. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.