O sócio-fundador do grupo Opportunity, Daniel Dantas, alvo maior da Operação Satiagraha, participa nesta quarta-feira de audiência de interrogatório e instrução na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo à qual também deverão comparecer Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, e Hugo Sérgio Chicaroni, todos denunciados por suposto crime de corrupção ativa - a Procuradoria da República acusa o controlador do Opportunity de ter tentado subornar com R$ 1,18 milhão o delegado Vitor Hugo Rodrigues, da Polícia Federal, em troca do arquivamento do inquérito sobre atividades do grupo.

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A audiência, em meio a grande tensão, será realizada com amparo na Lei 11.719, sancionada 12 dias depois da deflagração da Satiagraha, quando a PF prendeu 17 suspeitos, entre eles Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, citados em um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e fraudes. Essa lei agiliza o rito judicial e põe fim à antiga prática prevista no Código de Processo Penal porque desloca o interrogatório dos acusados do início para o final da ação. O novo modelo permite ao juiz que na mesma sessão tome depoimentos abra espaço para debates entre acusação e defesa e julgue a causa, quando de pequena complexidade.

Alegando cerceamento e invocando suspeição do juiz Fausto Martin De Sanctis, a quem atribui "precipitação e pressa sem justificativa para concluir o processo", a defesa de Dantas pede suspensão da audiência. No fim da tarde de ontem, os criminalistas Nélio Machado, Ilana Müller e Marcela Arilla Bocchi entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi distribuído ao ministro Esteves Lima que poderá tomar decisão até o meio-dia de desta quarta-feira.

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