O agravamento da crise política, com novas denúncias de corrupção envolvendo integrantes do governo e do PT, começou a afetar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nova pesquisa do DataFolha mostra que a maioria dos eleitores ainda aprova o desempenho do governo, mas Lula perdeu pontos em quesitos pessoais como sinceridade e honestidade. Também diminuiu a diferença que o separa dos seus prováveis concorrentes na corrida eleitoral para 2006.
De acordo com o DataFolha, caiu para 62% os que acham que o presidente é honesto. Na sondagem realizada em 16 de junho, esse total era de 73%. Já os entrevistados que disseram que Lula é desonesto foi de 13% para 19%. Piorou também a avaliação sobre se Lula é ou não sincero. Para 60%, ele é sincero, índice que chegou a ser de 66% no mês passado. A resposta falso foi de 22% para 25%. Essas notas refletem o sentimento de 78% dos pesquisados de que há corrupção no governo.
O governo Lula foi avaliado como ruim/péssimo por 23% dos consultados, o pior resultado desde sua posse, em 2003. Em junho, eram 19%. A nova pesquisa mostra que essa reprovação é maior entre os que têm maior escolaridade e residem na região Sul do país.
Apesar disso, a aprovação do governo (total daqueles que avaliam o governo como ótimo e bom) continua estável. De 36% na sondagem de junho, caiu um ponto percentual e ficou em 35%. Para 40% dos entrevistados, Lula faz um governo regular.
A pesquisa do DataFolha, que será publicada na edição de domingo do jornal "Folha de S.Paulo", foi feita na última quinta-feira. Foram entrevistadas 2.110 pessoas em 134 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A esses eleitores o DataFolha perguntou também sobre a disputa presidencial de 2006.
Lula manteve-se à frente na disputa, independentemente dos adversários, mas essa diferença ficou menor agora. Numa simulação com pergunta estimulada (em que o nome dos candidatos é apresentado aos entrevistados), Lula tem 34% das intenções de voto, contra 25% do prefeito José Serra - o tucano com melhor colocação na sondagem. Lula também bate o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (35% a 15%) e o governador Geraldo Alckmin (36% a 16%).
A queda de preferência aparece num provável cenário de segundo turno. A diferença entre Lula e Serra, que era de seis pontos em junho (46% a 40%), caiu agora para quatro pontos (45% a 41%). Já na corrida contra Alckmin, essa distância diminuiu de 26 para 16 pontos.
Na hipótese de Lula abrir mão da reeleição, Serra aparece de novo com a melhor pontuação entre os tucanos, alcançando 28% das intenções de voto, contra 14% do ex-governador Antony Garotinho e 9% da senadora Heloísa Helena (PSOL). Já Fernando Henrique teria 17%, contra 16% de Garotinho e 10% de Heloísa. No outro cenário, o tucano Alckmin ficou com 20% das intenções, à frente de Garotinho (17%) e Heloísa Helena (9%).
Alvo e ao mesmo tempo centro das investigações sobre o mensalão, o Congresso teve a pior avaliação desde 1993. A pesquisa do DataFolha mostrou que 46% dos entrevistados classificaram como ruim ou péssima a atuação dos parlamentares - quatro pontos a mais do que na sondagem de junho. Para 36%, é regular e só 11% responderam ótimo/boa.
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