Repercussão
Veja o que os colegas de Joaquim Barbosa falaram sobre a saída dele do STF:
"Precisamos voltar ao padrão anterior, que não é só da Fifa. Deve ser também das instituições brasileiras. Esse padrão ficou arranhado na última gestão."
Marco Aurélio Mello, ministro do STF, que também criticou a aposentadoria precoce de Barbosa.
"Foi um período muito agitado do tribunal em função do julgamento do mensalão, que foi muito difícil um momento muito tumultuado da vida do tribunal."
Gilmar Mendes, ministro do STF.
"O ministro Joaquim se tornou um bom símbolo contra a improbidade. O Brasil precisa de símbolos. Ele conquistou muitas coisas, como ter sido o primeiro negro a chegar à presidência da Corte. Você pode concordar mais ou menos, mas certamente é uma pessoa decente."
Luís Roberto Barroso, ministro do STF.
"Ele deixa um bom legado de decência, de coragem, de independência e de atualidade no campo do conhecimento. É público e notório que ele tem temperamento forte, mas sem prejuízo ao sentimento de colegialidade e compromisso com a instituição."
Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF, o melhor amigo que Barbosa fez na Corte.
Polêmicas
Nos 11 anos em que esteve no STF, e em quase dois na presidência, Joaquim Barbosa, escolhido pelo ex-presidente Lula para a vaga no Supremo, colecionou polêmicas: atacou jornalistas, discutiu no plenário com ministros, acusou advogados de conluio com juízes e as associações de magistrados de corporativismo. O ministro ganhou elogios e críticas, principalmente como relator que conduziu o julgamento do mensalão que levou a antiga cúpula do PT à prisão.
Do Paraná
Joaquim Barbosa recebeu ontem cerca de 40 cartas enviadas por estudantes paranaenses. As correspondências foram feitas por alunos do 8º ano do Instituto de Educação Estadual de Maringá e destacam a admiração deles pela trajetória do ministro. A ideia surgiu nas aulas da professora Ignez Gealh dentro da disciplina de Português. Barbosa encaminhou um ofício à professora em que parabenizou a iniciativa e agradeceu aos alunos, segundo a assessoria do STF.
Ao deixar ontem sua última sessão plenária de julgamentos, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que se aposenta "de alma leve". Com aposentadoria prevista para os próximos dias, ele disse esperar que a presidente Dilma Rousseff indique para a sua vaga "um bom estadista".
Apontado nos últimos meses como possível candidato a cargo eletivo, Barbosa disse aos jornalistas que não pretende entrar para a vida política. "A partir do dia em que for publicado o decreto da minha aposentadoria, exoneração, serei um cidadão como outro qualquer, absolutamente livre para tomar as posições que eu entender necessárias e apropriadas no momento devido", afirmou. "A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser como objeto de estudos e de reflexões", acrescentou. O encontro com os jornalistas foi descontraído e alguns profissionais da imprensa inclusive tiraram fotos no estilo "selfie" com Barbosa.
Durante a sessão do STF, em um de seus últimos votos como ministro do STF, Barbosa posicionou-se contra a aplicação na eleição deste ano de uma regra considerada inconstitucional pelo tribunal que levaria a uma redistribuição das cadeiras na Câmara. Ele aproveitou a oportunidade para fazer críticas. "Tem-se banalizado no nosso sistema, a seguinte prática, das mais bizarras: o tribunal declara inconstitucional, mas ao mesmo tempo modula efeitos da decisão e mantém o status quo", afirmou.
Sem conivência
O ministro disse ainda que não pode haver conivência do Judiciário com abusos. "O Judiciário é o Poder cuja força está na sua credibilidade. Ele não dispõe do dinheiro, da bolsa, ele não dispõe das armas. Ele dispõe da credibilidade. No momento em que há conivência e complacência dentro do próprio Judiciário com esses abusos cometidos por certas pessoas."
Dias após ter se desentendido no plenário do STF com o defensor do ex-deputado José Genoino, Barbosa também fez ontem críticas a advogados. "Com relação às agressões de advogados à minha pessoa e à figura do presidente do STF, foi uma das coisas mais chocantes durante esses 11 anos que passei aqui. Na verdade, o que se tem é que a prática do direito no Brasil está se tornando um vale-tudo, é uma constante quebra de braço. O sujeito perde nos argumentos, mas quer levar no grito, quer agredir, quer desmoralizar a autoridade."
Ontem, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a conduta do advogado Luiz Fernando Pacheco, defensor de Genoino. Após a investigação, caberá à procuradora Anna Paula Coutinho de Barcelos Moreira decidir se apresenta ou não denúncia criminal. O advogado disse que recebe a decisão com tranquilidade, pois mostra que a procuradora, em uma primeira análise, não viu indícios de crime, enviando o caso para apuração.
Supremo barra protestos em estádios
Por oito votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou ontem pedido do PSDB para garantir a realização de protestos "ideológicos" dentro dos estádios durante a Copa do Mundo. O PSDB pedia que o Supremo derrubasse o artigo da Lei Geral da Copa que proibia a entrada nos estádios com faixas e cartazes "para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável". Todavia, a maioria dos ministros da corte entendeu que a Lei Geral da Copa prevê a liberdade de expressão durante os jogos do Mundial.
Na sua última sessão antes de aposentar-se da posição de ministro da corte, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi vencido junto com o ministro Marco Aurélio Mello pela maioria. Os dois votaram a favor da ação. Barbosa disse, em seu voto, que a Copa do Mundo foi realizada com financiamento público e "não faria sentido limitar a expressão" daqueles que custearam o evento.
Bancadas
O STF também confirmou ontem a inconstitucionalidade de resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 2013, que mudava o número de deputados eleitos por unidade da federação. Após impasse na sessão do Supremo, o TSE decidiu que, para as eleições de 2014, valerão as regras de 2010 no caso da distribuição de vaga para Câmara dos Deputados e para as assembleias legislativas. Ou seja, não haverá mais estados ganhando ou perdendo vagas.
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