Após ouvir nesta quarta-feira (16) o estampido da tranca que separa a rua do cárcere, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, o doleiro lberto Youssef vai trocar a capital paranaense por São Paulo. Um dos principais personagens da Operação Lava Jato, o doleiro que operava o pagamento de propinas no bilionário esquema de corrupção na Petrobras, deixará a cela de 12 metros quadrados, na qual passou os últimos 2 anos e 8 meses, para cumprir prisão domiciliar.
4 meses
Esse será o tempo que o doleiro Alberto Youssef ficará em prisão domiciliar, antes de se tornar um homem livre. Pelo acordo de delação premiada, fechado em 2014, a pena máxima de Youssef ficou limitada a 3 anos de prisão.
Monitorado por uma tornozeleira eletrônica, Youssef vai se mudar para um apartamento de pouco mais de 50 metros quadrados. O prédio, no entanto, fica num dos endereços mais caros da cidade, o bairro Vila Nova Conceição. Com vista para o Parque do Ibirapuera –um oásis verde na capital paulista –, o doleiro só poderá descer até a academia do condomínio e se deslocar para atendimentos médicos.
O direito à liberdade foi o prêmio obtido pelo doleiro, em troca da confissão de culpa nos crimes contra a Petrobras e da entrega de provas de novos delitos. Pelo acordo, fechado em setembro de 2014, sua pena máxima de prisão ficou limitada a 3 anos de prisão. Agora, irá de cumprir mais 4 meses de prisão domiciliar, antes de se tornar um homem livre – o que acontecerá no dia 17 de março de 2017. “O Beto vai começar vida nova, como empresário”, afirmou seu advogado, o criminalista Antonio Figueiredo Basto.
Yousseff e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foram pioneiros no uso da delação premiada no âmbito da Lava Jato. Em suas colaborações, eles confessaram à Justiça serem braços do PP no esquema de arrecadação de propinas na Petrobras. As revelações dos dois transformaram as investigações de corrupção e lavagem de dinheiro em duas obras da de refinarias da estatal– Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e Getúlio Vargas (Repar), no Paraná – no maior escândalo de corrupção do Brasil, provocando ainda uma enxugada de delações. Até o momento, são 57.
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